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Começou nesta terça-feira (28), a perícia antropológica do MPF (Ministério Público Federal) na área em que houve o conflito entre indígenas e a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Os levantamentos foram determinados pelo procurador da República, Marcelo José da Silva, em despacho assinado no último sábado (25) e deve durar até sexta-feira (1º).
“Cadastre-se perícia antropológica, no sistema de perícia do MPF, em nome do ilustre analista em antropologia do MPF [...], a fim de que ele compareça, no período de 28.06 a 01.07.2022, na autodenominada Retomada Guapoy, no município de Amambai/MS”, diz o documento assinado pelo procurador.
Segundo o despacho do MPF, o objetivo da perícia é a realização de laudo antropológico sobre os conflitos entre indígenas e forças policiais que ocorreram na localidade. A medida também determina a coleta de elementos sobre “eventuais violações de direitos (seja dos indígenas, seja dos policiais, seja de particulares não indígenas) acontecidas no lugar ou que lhe sejam correlatas ou conexas”.
Conforme reportagem do site De olho nos ruralistas, a Fazenda Bordas da Mata é um imóvel de 269 hectares pertencente à empresa VT Brasil Administração e Participação, controlada por Waldir Cândido Torelli e seus três filhos: Waldir Junior, Rodrigo e um adolescente.
Ele possui açougues em São Paulo e várias fazendas no Mato Grosso do Sul. Teve frigorífico no Mato Grosso e no Paraguai, em sociedade com Jair Antônio de Lima, radicado no país vizinho. O do Mato Grosso foi adquirido pela gigante Marfrig.
Segundo informações do assessor jurídico do Cimi (Conselho Indigenista Missionário – regional Mato Grosso do Sul), Anderson Santos, que desde segunda-feira acompanha o funeral de Vitor Fernandes, os técnicos do MPF estão no local para os levantamentos periciais. “A situação está sob controle e a realização deste levantamento está acontecendo dentro da normalidade, no mesmo momento em que acontece a cerimônia fúnebre”, explica Santos.