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Até agora em Mato Grosso do Sul é considerado baixo o índice de infestação por pragas e plantas daninhas. Segundo boletim do Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) publicado hoje, há ocorrência de buva, capim amargoso e moderada infestação de milho tiguera. Dentre as pragas, encontram-se em baixa incidência a lagarta do cartucho e o percevejo marrom. No momento, não há relatos de doenças, garante o boletim.
Essa condição garante que 90,6% da área cultivada seja considerada em estado "bom". O restante da área plantada é considerado "regular", com 9% e apenas 0,5% é considerado "ruim". Para uma lavoura ser classificada como "ruim", ela deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade.
A região centro está com o plantio mais avançado, com média de 95,4%, enquanto a região sul está com 89,1% e a região norte com 85,5% de média. A área plantada até o momento, conforme estimativa do Projeto SIGA-MS, é de aproximadamente 3,834 milhões de hectares. O MS tem até o dia 24 de dezembro para concluir o plantio, segundo calendário do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).
Monitoramento e plantas “tiguera”
Segundo o entomologista e consultor Eduardo Moreira Barros, da empresa Supera Soluções Agronômicas, para obter êxito no manejo de lagartas, em um ano tipicamente favorável a elas, o produtor deve investir no monitoramento das lavouras. “O monitoramento bem-feito começa antes do plantio. Com esse calor intenso, tem lagarta comendo muito a parte dos folíolos novos, ela está se refugiando no calor intenso. Indicamos assim um monitoramento mais ‘caprichoso’”, exemplifica.
Para o consultor, o monitoramento é indispensável, principalmente, porque permite a escolha de produtos específicos ao controle das lagartas identificadas e para definir o tamanho ideal no manejo (lagartas pequenas). “Há boas soluções para isso. Nesse período quente e seco, os baculovírus associados aos inseticidas químicos são um posicionamento correto, trabalhamos nessa linha atualmente”.
Eduardo Barros chama a atenção ainda para a importância do manejo do milho tiguera. “Deve ser controlado por ser um grande potencializador de lagartas. Se o controle não for feito, na soja as lagartas surgirão maiores. A soja nasce e as largas cortam cinco, seis, dez plantas, esse é o grande problema, sem contar que elas podem danificar a parte área de plântulas recém-estabelecidas”, resume o consultor e pesquisador.
Paraná já registra ferrugem-asiática
O (IDR-Paraná) Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, membro do Consórcio Antiferrugem, registrou as primeiras ocorrências da ferrugem-asiática da soja, em áreas comerciais na safra 2023/24, nos municípios de Londrina e Terra Roxa, respectivamente norte e oeste do Estado. São 7 casos. De acordo com Edivan Possamai, coordenador do Programa Grãos do IDR-Paraná, a assistência técnica estadual identificou a presença da doença no dia 25 de novembro, em plantas que estavam em desenvolvimento reprodutivo (estádio R4), semeadas da primeira para segunda quinzena de setembro.
Além do Paraná, focos da doença foram identificados nos estados de São Paulo (2 casos) e Tocantins (2).
O Consórcio Antiferrugem, iniciativa que une pesquisadores e o setor produtivo para desenvolver iniciativas de controle da doença.