Geral
08/08/2013 09:00:00
Na Bahia: Médico cobra R$ 1.200 por parto de emergência pelo SUS em maternidade
Luiz Henrique do Espírito Santo, 24, pagou R$ 1.200 para um médico fazer o parto de emergência de sua mulher, a estudante J.S.R., 16, em uma unidade do SUS (Sistema Único de Saúde) de Itabuna (441 km de Salvador).
Midiamax/LD
\n \n Luiz Henrique do Espírito Santo, 24, pagou R$ 1.200 para um médico\n fazer o parto de emergência de sua mulher, a estudante J.S.R., 16, em uma\n unidade do SUS (Sistema Único de Saúde) de Itabuna (441 km de Salvador). \n \n O caso aconteceu na última segunda-feira (5), quando a adolescente\n chegou à Maternidade Ester Gomes por volta da meia-noite, sentindo fortes\n contrações e com sangramento. A médica plantonista avaliou o quadro da paciente\n e pediu que aguardasse na enfermaria até que a criança estivesse encaixada o\n suficiente para iniciar o procedimento cirúrgico. \n \n Diante da demora e do sofrimento da mulher, o marido procurou o\n obstetra plantonista Luiz Leite, que, segundo ele, cobrou dois salários mínimos\n para realizar o parto. Desesperado, Luiz Henrique recorreu à família para pedir\n o dinheiro emprestado no intuito de realizar a cirurgia de emergência. \n \n "Como o dinheiro estava em Ilhéus (23 km de Itabuna), ela\n disse que eu tinha duas horas para resolver o pagamento ou o hospital iria\n fechar. Foi aí que liguei para o meu pai, ele trouxe a quantia e fizeram o\n parto. Não pensei duas vezes porque não tem dinheiro que pague a vida do meu\n filho." \n \n Advertência\n \n Um dia após o nascimento da criança, Luiz Henrique decidiu\n procurar a imprensa para denunciar a cobrança ilegal. Após a denúncia, o médico\n obstetra Luiz Leite, que realizou a cirurgia, devolveu o dinheiro à família.\n Ele não foi encontrado pela reportagem para falar sobre o assunto. \n \n De acordo com o diretor da maternidade, José Leopoldo dos Anjos, o\n médico alvo da denúncia será apenas advertido, já que não seria possível\n penalizá-lo devido à carência de profissionais no município. \n \n "Ele receberá uma advertência por escrito para que esse\n procedimento inadmissível não se repita dentro da unidade. Infelizmente não\n posso demiti-lo diante do quadro insuficiente de obstetras que temos\n aqui." \n \n Entidade filantrópica\n \n A Maternidade Ester Gomes, também conhecida como Mãe Pobre, é uma\n unidade filantrópica, conta com 12 obstetras e realiza cerca de 450 partos por\n mês. Em maio, funcionários, médicos e enfermeiros paralisaram as atividades em\n protesto pelos constantes atrasos nos salários repassados pela Secretaria\n Estadual de Saúde (Sesab). \n \n A Sesab afirma que ainda não houve manifestação formal sobre o\n caso através da Ouvidoria do órgão, e que o inquérito administrativo somente\n será aberto depois de oficializado o processo.\n \n \n \n \n