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Geral
13/02/2012 10:16:45
Nayara chega em silêncio; mãe de Eloá diz que não perdoa acusado
Bastante aplaudida e saudada pelo público com gritos de “Justiça”, Ana Cristina Pimentel, a mãe da garota Eloá Pimentel, chegou ao Fórum de Santo André, no ABC, por volta das 9h30 desta segunda-feira (13). Emocionada, ela falou com a imprensa.

G1/LD

\n \n Bastante\n aplaudida e saudada pelo público com gritos de “Justiça”, Ana Cristina\n Pimentel, a mãe da garota Eloá Pimentel, chegou ao Fórum de Santo André, no\n ABC, por volta das 9h30 desta segunda-feira (13). Emocionada, ela falou com a\n imprensa. Disse não ter ódio de Lindemberg Alves, acusado de matar a filha em\n 2008. “Não tenho ódio e nem raiva [de Lindemberg Alves]. Mas não o perdoo”,\n afirmou.\n \n Ana\n Cristina disse que busca por justiça no julgamento que começa nesta segunda e\n deve demorar cerca de três dias. Ela afirmou que os dias que antecederam o\n julgamento foram difíceis. Ela afirmou que não tem comido direito e está\n bastante nervosa e emocionada.\n \n O\n julgamento tinha previsão de início 9h. O advogado José Beraldo, assistente de\n acusação, disse que o atraso no início do julgamento se deve a uma divergência\n entre Ministério Público e a defesa do réu. Segundo ele, algumas testemunhas\n ainda não chegaram ao júri – elas não moram na comarca de Santo André e não têm\n obrigação de comparecer. A advogada de Lindemberg sugeriu então que a mãe de\n Eloá substituísse uma delas – entretanto, Ana Cristina está muito abalada e o\n Ministério Público não concordou com a substituição.\n \n Lindemberg\n chegou por volta das 8h10 desta segunda-feira (13) ao Fórum de Santo André. Ele\n saiu pouco antes das 6h30 da Penitenciária II de Tremembé, no interior de São\n Paulo. A advogada dele também disse que seu cliente falará pela primeira vez\n sobre o caso no julgamento. O acusado se manteve em silêncio em todas as vezes\n que foi chamado a prestar depoimento. No julgamento, ele também poderia ficar\n calado.\n \n Lindemberg\n deixou, por volta das 6h20, o presídio de Tremembé 2, em direção ao Fórum de\n Santo André. O veículo em que ele estava foi escoltado por seis policiais que\n seguem em dois carros da Polícia Militar. nbsp;\n \n Pouco\n depois da chegada de Lindemberg, também chegaram ao fórum uma das testemunhas\n de acusação, Iago Vilera, que estava no apartamento de Eloá quando o acusado\n chegou e foi feito refém por algumas horas. Ele não falou com a imprensa.\n Nayara Rodrigues, amiga de Eloá que também foi feita refém e chegou a ser\n baleada, também chegou ao Fórum e não falou com os jornalistas.
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\n Além desse crime, o réu responde por duas tentativas de homicídio (contra\n Nayara Rodrigues da Silva, baleada no rosto, e o sargento da Polícia Militar\n Atos Antonio Valeriano, que escapou de um tiro); cárcere privado (de Eloá,\n Victor Lopes de Campos, Iago Vilera de Oliveira e duas vezes de Nayara) e\n disparo de arma de fogo (foram quatro) praticados entre os dias 13 e 17 de\n outubro de 2008 dentro do apartamento onde Eloá morava, no segundo andar de um\n bloco da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) no Jardim\n Santo André.\n \n No\n presídio, que fica a cerca de 140\n km da capital, Lindemberg trabalha para uma fábrica que\n produz peças para boxes de banheiro. Ele participa de grupos de oração e\n costuma ler bastante. Na madrugada, algumas pessoas já aguardavam na frente ao\n Fórum para assistir ao julgamento. Cerca de 170 senhas serão distribuídas para\n o público.\n \n O\n julgamento de Lindemberg está marcado para iniciar às 9h e deve durar três\n dias, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ao todo, foram\n arroladas 19 testemunhas para prestarem depoimentos, que poderão ser gravados\n pela Justiça. Pela lei, as testemunhas que moram fora de Santo André não\n precisam comparecer. Mais de 180 pessoas deverão assistir ao júri na plateia,\n entre parentes do réu, familiares das vítimas, público interessado que adquiriu\n senhas, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estudantes de direito,\n magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e jornalistas (serão\n cerca de 50 profissionais). A segurança em torno do fórum será reforçada pela\n PM para garantir a integridade física das pessoas que participarão do júri.\n Estão sendo aguardados eventuais protestos do lado de fora do prédio.\n \n Depois\n será feito o interrogatório de Lindemberg, que está preso preventivamente na\n Penitenciária de Tremembé, no interior de SP, à espera do júri. Quando foi\n preso pela PM, ele nunca falou oficialmente sobre o desfecho do sequestro na\n delegacia, na reconstituição e na audiência de instrução na Justiça. Terá de\n comparecer agora ao fórum, mas tem o direito continuar em silêncio se quiser e\n não responder a nenhuma pergunta.\n \n Sete\n jurados vão votar secretamente e decidir se o acusado é culpado ou inocente. Em\n seguida, a juíza Milena Dias, que presidirá o júri, contará os votos e dará a\n sentença de condenação ou absolvição do réu. Segundo o Ministério Público,\n responsável pela denúncia, se Lindemberg for condenado por todos os crimes\n atribuídos a ele, a pena mínima poderá ser de 50 anos e a máxima de 100 anos de\n reclusão. Pela legislação do país, no entanto, ninguém pode ficar preso a mais\n de 30 anos.\n \n \n \n