Agência Brasil/LD
Morreu em Campo Grande nesta segunda-feira (28), vítima do coronavírus, a empregada doméstica Dona Ruth Maria, mãe da 1ª advogada trans negra de MS Alanys Matheusa, falecida em abril de 2020. A filha, ainda em vida, alcançou relevância nacional ao ter sua história de vida e relevância para o movimento trans e negro contada pela Intercept Brasil. Segundo a família, Dona Ruth contraiu o coronavírus há 2 meses e o caso evoluiu para um pneumonia grave.
Ruth Maria foi uma das maiores inspirações de Alanys, hoje homenageada por um coletivo homônimo, para alcançar suas metas, como conquistar bolsa de 100% do Prouni em uma universidade de Campo Grande, passar na prova da OAB ainda enquanto estudava e se tornar a primeira mulher negra e transgênero de Mato Grosso do Sul.
“Minha mãe me disse que eu tinha que me manter firme, porque haveria muitos momentos difíceis na vida. Ouvir seu conselho me levou à universidade. Estou terminando na condição de única negra da turma”, disse em entrevista à publicação na ocasião a jovem que ainda sonhava em ser juíza.
Alanys morreu na manhã do dia 14 de abril de 2020, aos 22 anos. Um ponto fora da curva, a mulher trans, negra e periférica moradora do Bairro Guanandi teve uma parada cardiorrespiratória. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Alanys deu entrada na Upa Leblon às 7h e a morte foi constatada às 7h20.