VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
30/04/2012 09:00:00
ONG britânica faz campanha por presença da Polícia Federal em terra indígena
No Brasil, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apoia a campanha e afirma que “os territórios habitados pelos Awá-Guajá são os mais desmatados na Amazônia Legal”, por causa da exploração ilegal de madeira e da pressão dos projetos siderúrgicos da região.

Agência Brasil/LD

\n \n A organização não governamental britânica Survival International,\n dedicada aos direitos indígenas em várias partes do planeta, está fazendo uma\n campanha internacional em defesa dos índios Awá-Guajá, ainda isolados, que\n habitam território demarcado no Noroeste do Maranhão, entre os municípios de\n Governador Newton Belo, São João do Caru, Zé Doca e Centro Novo do Maranhão\n (fronteira com o Pará). A estimativa oficial é que existam cerca de 350 índios\n Awá-Guajá.\n \n A campanha, estrelada pelo ator Colin Firth (ganhador do Oscar, em\n 2011, pelo filme O Discurso do Rei), defende que o ministro da Justiça, José\n Eduardo Cardozo, acione a Polícia Federal “para expulsar os madeireiros,\n fazendeiros e colonos que vêm arrasando a terra Awá”. Segundo a ONG, os\n Awá-Guajá estão sob risco de extinção.\n \n No Brasil, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) apoia a\n campanha e afirma que “os territórios habitados pelos Awá-Guajá são os mais\n desmatados na Amazônia Legal”, por causa da exploração ilegal de madeira e da\n pressão dos projetos siderúrgicos da região.\n \n Segundo o Cimi, essas atividades econômicas diminuem a área\n ocupada por índios que são caçadores e precisam de território vasto para\n sobreviver, sob risco de mal se alimentarem e ficarem vulneráveis a doenças.\n “Vários idosos já morreram e muitos estão debilitados por doenças causadas por\n subnutrição, como a tuberculose. Mais de seis pessoas, em sua maioria jovens,\n são acometidos por uma doença que se assemelha à epilepsia”, divulgou o\n conselho ligado à Igreja Católica.\n \n A campanha chamou atenção da opinião pública internacional. De\n acordo com Sarah Shenker, da Survival, cerca de 13 mil e-mails já foram\n enviados a José Eduardo Cardozo. “É um recorde para as campanhas\n internacionais. Vamos continuar pressionando e chamando atenção da mídia e das\n pessoas em todo o mundo”. O Ministério da Justiça não confirma o recebimento\n das mensagens.\n \n Os problemas que atingem os Awá-Guajá são conhecidos pelo Estado\n brasileiro há alguns anos. A área sob risco, no entanto, é monitorada pela\n Polícia Federal, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos\n Naturais Renováveis (Ibama) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo\n o Ibama, há cerca de 180 serrarias ilegais no entorno da terra indígena.\n \n Em outubro do ano passado, a Funai, juntamente com a Polícia\n Federal, apurou denúncia do suposto assassinato de uma criança do grupo\n Awá-Guajá. Segundo nota divulgada pela instituição, “não foi encontrado nenhum\n indício que pudesse indicar um assassinato de índios isolados”.\n \n A fundação admite, no entanto, que durante a missão “verificou-se\n o constante processo de fuga” do grupo Awá-Guajá, “que, na medida em que os\n madeireiros avançam, com abertura de estradas de retirada de madeira, é forçado\n a se deslocar em espaços de floresta cada vez menores”.\n \n Sem estabelecer uma data, a Funai informa que serão instaladas\n “novas bases de proteção etnoambiental” para controlar o acesso aos territórios\n dos índios isolados.\n \n \n \n \n