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Geral
13/02/2013 09:00:00
Parar no sinal fechado de madrugada vira dilema entre motoristas
Parar no semáforo vermelho altas horas da noite ou passar pelo sinal verde sem reduzir a velocidade. Em certas horas do dia, os motoristas se pegam no dilema do que fazer.

CGNews/LD

\n \n Parar\n no semáforo vermelho altas horas da noite ou passar pelo sinal verde sem\n reduzir a velocidade. Em certas horas do dia, os motoristas se pegam no dilema\n do que fazer. Frente à violência crescente de assaltos e pela alta velocidade\n de condutores que avançam seja qual for a cor do semáforo, passar pelos\n sinaleiros requer cuidado mesmo quando o verde autoriza o motorista a passar.\n \n Na\n madrugada de segunda-feira, Campo Grande registrou mais uma morte no trânsito.\n José Pedro Alves da Silva Junior, de 22 anos, era passageiro do táxi atingido\n por uma caminhonete L200, no Centro da cidade. O táxi vinha pela rua Bahia e\n cruzou a avenida Afonso Pena com o semáforo verde. Do outro lado, o condutor\n Diogo Machado Teixeira, 36 anos, furou o sinal e bateu no carro. Exemplos de\n inconsequência no trânsito que já aconteceram em casos anteriores e terminaram\n em tragédias.\n \n O\n CGNews saiu às ruas para saber o\n comportamento dos condutores. Quem precisa se deslocar durante a noite e quem\n madruga para entrar logo cedo no trabalho. O cenário nestes horários é de pouco\n movimento, semáforos acesos, motoristas que avançam aos poucos e outros que\n passam a toda velocidade, seja qual for a cor do semáforo.\n \n O\n mototaxista Elízio da Silva, 42 anos, tira o sustento do trânsito. Além do\n expediente, ele também dirige para a família. Por trabalhar pilotando, ele\n tenta seguir o exemplo, mas diz que tudo depende da hora e do local. “A gente\n tem que parar, fazer cumprir as normas do trânsito, porque somos profissionais\n da área. Mas tem local que oferece risco”, diz.\n \n Pela\n noite e madrugada, ele conta que avança aos poucos, sempre com ressalvas. “Você\n está consciente de que está certo, a outra pessoa vem e pode te prejudicar. O\n negócio é passar a vez, evita transtorno, dano ou sequela”, narra. Sobre a preferência,\n ele é enfático em mandar recado para os motoristas que avançam direto, de que o\n semáforo verde não tem dono. “Preferência na madrugada não existe, precisa\n reduzir”.\n \n O\n operador de máquinas sentiu o perigo na pele no último final de semana. Jorge\n Bastista, 60 anos, teve de ir até o posto de saúde durante a madrugada e o que\n mais viu foram motoristas furando o sinal a torto e a direita. “Tem que esperar\n para ver, você fica em dúvida de passar e vir outro. Tem gente que não respeita\n mesmo, mas o certo é ir passando devagar e controlando”, conta.\n \n Nos\n bairros mais afastados do Centro, o perigo é duplo. A insegurança de furar o\n semáforo ou ser assaltado. “Eu olho de um lado e do outro. Não passo correndo,\n mas geralmente passo no vermelho”, relata o vendedor Renato Gonçalves, 26 anos.\n O jovem também vive o medo de ser atingido mesmo estando certo. “Vem no embalo\n e passa a 80, 90 quilômetros por hora, não diminui para passar”.\n \n Quem\n já perdeu a motocicleta em um assalto no semáforo pensa duas vezes antes de esperar\n o verde. “Eu pego e vejo se não está vindo ninguém e eu geralmente passo porque\n já fui assaltado. Mas todo mundo tem que prestar mais atenção, quem está vindo\n de lá para cá mesmo com o verde na sua mão tem que ficar atento”, relata o\n mecânico Elias Barreto, 21 anos.\n \n Furar\n sinal para alguns é considerado até hábito do campo-grandense, para o\n empresário Vadenildo Tavares Pinheiro, 43 anos. “Em Campo Grande o motorista já\n nasceu furando sinal qualquer hora do dia. Tarde da noite eu não confio em\n sinal verde. A maioria dos acidentes é por causa disso”, comenta.\n \n No\n Código Brasileiro de Trânsito, o artigo 44 diz que ao se aproximar de qualquer\n cruzamento, o motorista deve transitar em velocidade moderada, de forma que\n possa parar o carro com segurança no caso de precisar dar passagem a pedestre e\n a veículos que tenham o direito de preferência.\n \n O\n chefe de operações da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito),\n tenente Felipe Joseph, exemplifica com o acidente da caminhonete L200 e do táxi\n na madrugada de segunda-feira. “Uma das coisas que a gente vê é que um dos dois\n avançou o semáforo. A única exceção seria se ele tivesse com defeito, o que não\n parece ser o caso. Digamos que o motorista ainda que esteja no semáforo verde,\n é madrugada, tem pessoa alcoolizada e outra série de fatores”, diz.\n \n Segundo\n o tenente, a direção na madrugada tem que ser diferenciada e o alerta é\n principalmente nos bairros. “Às vezes a sinalização não é existente, o próprio\n código fala e outro item é ultrapassar em cruzamentos. Ultrapassar exige\n velocidade maior ainda, imagina num cruzamento. A orientação é só passar quando\n tiver segurança”, afirma o tenente.\n \n \n \n \n