CGN/LD
O Mapa (Ministério da Agricultura) publicou nesta quarta-feira, 28, portaria que altera para 13 de janeiro de 2024 o calendário de semeadura da soja para Mato Grosso do Sul. O prazo final no Estado venceu no dia 24 de dezembro mas foi prorrogado a pedido da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de MS) e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).
Além de MS, a portaria do Mapa prorrogou também o prazo para plantio nos estados de Goiás,, Pará, Piauí e Tocantins.
A medida visa atender às condições climáticas adversas que tornaram este ano totalmente atípico, apresentando desafios significativos para os agricultores do Estado. O excesso de calor, com registros de temperaturas recordes, e a escassez de chuvas, resultando em períodos de veranicos, contribuíram para um cenário desfavorável ao desenvolvimento da cultura da soja. Diante dessas circunstâncias e levando em consideração que a área plantada estava abaixo das expectativas, o Mapa optou por estender o prazo, oferecendo maior flexibilidade aos agricultores para enfrentarem as adversidades ao longo desta safra.
Estimativa de plantio
Segundo o boletim do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), a estimativa é que neste ano a área cultivada cresça 6,5%, em Mato Grosso do Sul, atingindo 4,265 milhões de hectares e registrando uma produção de 13,818 milhões de toneladas, após uma produtividade estimada de 54 sacas por hectare. No último ciclo da soja (2022-23), apesar da área ser menor, a produção alcançou 15 milhões de toneladas do grão.
Em nota distribuída à imprensa, o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal ), Daniel Ingold, destacou a excepcionalidade do momento e a importância de medidas que possam mitigar possíveis prejuízos aos produtores rurais do estado de Mato Grosso do Sul. “A extensão do calendário é uma medida excepcional para enfrentar os desafios impostos pelas condições climáticas deste ano. Nosso objetivo é garantir que os produtores não enfrentem prejuízos significativos devido a fatores externos”, ressaltou Ingold.
Condições das lavouras
Em Mato Grosso do Sul, até a data de 15 de dezembro, segundo Boletim do Siga-MS, 89,3% das lavouras de soja eram classificadas como "bom"; 10% tinham classificação de "regular" e apenas 0,7% eram consideradas "ruim". Até aquela data, a área plantada acompanhada pelo Projeto SIGA-MS alcançou 98,1%, ou seja 4,184 milhões de hectares. A região centro está com o plantio mais avançado, com média de 99,3%, enquanto a região norte está com 98,8% e a região sul com 97,6% de média.
Para uma lavoura ser classificada como "ruim", ela deve apresentar diversos critérios negativos, tais como alta infestação de pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade.
Uma classificação "regular" é atribuída a lavouras que apresentam poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento. Já uma classificação "bom" é dada a lavouras que não possuem nenhuma das características anteriores, com plantas saudáveis e que garantem uma boa produtividade.
Mato Grosso do Sul registrou um replantio em 2,51% da área estimada, totalizando cerca de 107 mil hectares.