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Geral
12/06/2012 08:09:33
Pobreza e baixa escolaridade estão entre principais causas do trabalho infantil no país
Para o coordenador, as famílias não devem ser culpadas pelo fato de as crianças estarem trabalhando.

Agência Brasil/LD

\n \n A pobreza e a baixa escolaridade das famílias estão entre as\n principais causas do trabalho infantil no país, segundo a secretária executiva\n do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Isa\n Oliveira. Atualmente há no Brasil mais de 4 milhões de crianças e adolescentes\n trabalhando. Na faixa dos 5 a 14 anos, em que a legislação brasileira proíbe\n qualquer forma de trabalho, o número chega a 1,4 milhão.\n \n “O trabalho infantil reproduz a situação de pobreza e baixa\n escolaridade na qual os pais dessas criança estão inseridos”, destaca a\n secretária executiva, no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, lembrado hoje\n (12).\n \n Para ela, entre os fatores para que as crianças permaneçam\n trabalhando está o fato de as famílias não considerarem a escola escola como\n uma alternativa. “Principalmente na área rural, há uma grande precariedade\n educacional, acrescida da precariedade no transporte para que essas crianças\n cheguem à escola”, lembrou ela.\n \n Segundo o coordenador da organização não governamental (ONG)\n Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, além da situação de pobreza e de baixa\n escolaridade, a questão cultural contribui para os índices de trabalho infantil\n no país. “Esse processo já foi quase que institucionalizado em algumas famílias\n por causa de uma suposta tradição de formação e caráter que está associada ao\n trabalho infantil.”\n \n De acordo com Sakamoto, alguns pais acreditam que, pelo fato de\n eles terem trabalhando e isso ter ajudado na formação do caráter, os filhos têm\n que passar pela mesma situação. “Muitas famílias acabam colocando a criança no\n trabalho porque acreditam que é importante, pois tiveram uma formação pessoal\n de trabalho infantil e não veem que isso não precisa passar de pai para filho.”\n \n Para o coordenador, as famílias não devem ser culpadas pelo fato\n de as crianças estarem trabalhando. Segundo ele, o Estado é o responsável por\n fiscalizar e dar condições para que os pais não permitam o trabalho infantil.\n \n “Por mais que a família esteja reproduzindo esse discurso, a culpa\n não é dela. A culpa é do Estado que não fiscaliza e não dá meios para que essas\n crianças e essas famílias possam não contar com o trabalho de seus filhos. A\n culpa não é de quem está tentado sobreviver e que não entende que isso é\n errado.”\n \n De acordo com o coordenador da ONG, o Estado deve garantir às\n famílias alternativas de oportunidades como estudo, lazer, esporte e cultura. \n \n \n \n \n