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Geral
27/03/2013 09:00:00
Policiais civis de Dourados pedem exoneração e alegam falta de valorização
A falta de valorização, condições de trabalho precárias, escala de serviço exaustiva e o baixo salário, são as razões que levaram dois escrivães da polícia civil de Dourados a pedirem exoneração.

Da redação/PCS

Foto: Arquivo Sinpol/MS
\n \n Policial desde 2004, Ângelo Magno Lins conta que\n há anos vê o seu trabalho e de outros colegas de profissão ser desvalorizado\n pelo governo estadual. “Além da falta de reconhecimento pelo trabalho de risco\n que exercemos, realizamos dupla jornada, atendendo na delegacia durante o\n expediente e depois na DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) sem\n receber nada a mais por isso e sem ter um salário digno”, relata o ex-escrivão.\n \n Ângelo conta que optou por ter qualidade de vida,\n o que infelizmente não é possível fazendo parte do quadro da Polícia Civil de\n Mato Grosso do Sul. “Sou formado em direito e fui aprovado no Exame da Ordem,\n portanto vou aproveitar essa oportunidade. Como escrivão estava completamente\n desmotivado e sem perspectiva”, explicou.\n \n Além de Ângelo, Aquis Junior Soares também deve\n entregar seu pedido de exoneração ainda esta semana na Secretaria de Estado de\n Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e segundo ele, com a saída deles, a carga\n de trabalho dos colegas que ficam na delegacia deve se complicar ainda mais.\n \n “Ficamos preocupados com os colegas que deixamos\n na delegacia, pois a escala de serviço já é muito exaustiva e agora com a saída\n de dois policiais de uma vez, é bem provável que fique ainda mais\n sobrecarregada”, desabafa o escrivão Aquis, que por enquanto, ainda faz parte\n do quadro da delegacia.\n \n De acordo com um levantamento realizado no início\n deste mês pelo SINPOL/MS junto a representantes de sindicatos de cada estado do\n Brasil, Mato Grosso do Sul ocupa hoje, o 25º lugar no ranking de salários do\n país.\n \n “A realidade dos policiais civis do estado é\n preocupante. Apesar de ser uma das polícias mais eficientes do Brasil, Mato\n Grosso do Sul paga aos policiais civis, o pior salário do Centro-Oeste e quase\n o pior do Brasil. Não é justo que nossos policiais continuem a receber um\n salário de fome, que mal supra as necessidades essenciais de uma família”,\n declarou o vice-presidente do SINPOL/MS, Roberto Simião de Souza.\n \n Roberto explica que o sindicato vem lutando\n intensamente para reverter esta situação lamentável enfrentada pelos policiais\n civis sul-mato-grossenses. “Temos nos empenhado em fazer valer os direitos dos\n policiais civis do nosso estado, para que sejam bem remunerados, pois só assim,\n vamos continuar contando com uma polícia motivada e representando uma das mais\n eficientes do país”.\n \n O vice-presidente lembra ainda que uma pesquisa\n recentemente mostrada pelo da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança\n Pública (Enasp), do Ministério da Justiça apontou MS em 6º lugar no ranking\n nacional em resolução de casos de homicídios.\n \n Reivindicação\n \n Este ano a categoria reivindica um aumento\n salarial de 25% para que o salário inicial de um policial civil se equipare aos\n demais estados do Brasil.\n \n \n \n \n