\n \n Os sete jurados que compõem o conselho de sentença decidiram, na\n madrugada de hoje (3) condenar os 25 policiais militares pela ação policial que\n resultou na morte de 52 detentos no terceiro pavimento do Pavilhão 9 da extinta\n Casa de Detenção do Carandiru. \n \n Eles foram condenados a 624 anos de prisão, cada um, por homicídio\n qualificado (com pena mínima de 12 anos para cada crime, ou seja, para cada uma\n das mortes) a ser cumprida inicialmente em regime fechado. O juiz\n RodrigoTellini de Aguirre Camargo também determinou a perda do cargo público\n para os policiais que continuam na ativa. Os réus poderão recorrer em\n liberdade. \n \n Os jurados demoraram cinco horas para responder as 7,3 mil\n questões que decidiram a sentença. Eles tiveram que responder a quatro\n perguntas para cada uma das 73 vítimas do massacre, multiplicado pelo número de\n réus. As perguntas se referiam à materialidade, ou seja, questionou se houve\n crime; autoria (se o réu foi o autor do crime); absolvição e qualificadora\n (ações que podem ter agravado o crime). Apesar dos promotores do caso terem\n pedido a absolvição dos réus para 21 das 73 mortes, os jurados precisaram\n responder às perguntas referentes também a essas vítimas. \n \n Esta foi a segunda etapa do julgamento. Na primeira delas,\n ocorrida em abril, 23 policiais militares, também todos da Rondas Ostensivas\n Tobias de Aguiar (Rota), foram condenados pela morte de 13 detentos, ocorrida\n no segundo pavimento. Ainda estão previstos outros dois julgamentos referentes\n às mortes de detentos ocorridas nos outros dois pavimentos do Pavilhão 9, mas\n as datas ainda não foram definidas. \n \n O julgamento trata da ação policial destinada a reprimir uma\n rebelião de presos no dia 2 de outubro de 1992, ocorrida na Casa de Detenção do\n Carandiru. Nesse dia, 111 detentos foram mortos. O caso ficou conhecido como o\n maior massacre de presidiários no país. \n \n Antes de anunciar a sentença, O juiz RodrigoTellini de Aguirre\n Camargo disse que "este é certamente o processo mais complexo da Justiça\n brasileira". Ele elogiou os jurados, destacando "a conduta e o\n empenho" que demonstraram durante toda a semana de julgamento. \n \n \n \n \n