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Geral
19/06/2012 09:00:00
Por segurança, juiz afastado pediu carro blindado e 3 meses no exterior
Magistrado, que autorizou prisão de Cachoeira, diz se sentir ameaçado. Em documento, ele relata que família sofreu "ameaças veladas" de policiais.

G1/PCS

\n \n O Tribunal Regional Federal da 1ª Região divulgou ofício, em que o juiz\n Paulo Augusto Moreira Lima, que autorizou escutas da Operação Monte Carlo e\n também a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, pede para deixar o caso e se\n diz sob ameaça. O magistrado foi afastado do processo nesta semana.\n \n No pedido encaminhado à Corregedoria do TRF-1, feito no dia 13 de junho, o\n juiz Paulo Augusto relata que havia solicitado, em fevereiro, carro blindado\n mesmo em horário fora do expediente e viagem de três meses para o exterior a\n partir de setembro. A justificativa foram ameaças sofridas por ele e familiares.\n \n "Em fevereiro de 2012, requeri a esta Corregedoria autorização para uso\n do veículo blindado desta seção fora do horário do expediente", afirma o\n juiz no texto. Ele ainda acrescenta: "Formulei requerimento de férias com\n a cumulação de 3 períodos a serem gozados a partir de setembro por questões de\n segurança, haja vista a necessidade de me afastar do país no período".\n \n O juiz alega que, depois de deflagrada a Operação Monte Carlo, familiares\n foram procurados "em sua própria residência, por policias que gostariam de\n conversar a respeito do processo atinente à Operação (...) em nítida ameaça\n velada, visto que sabem quem são meus familiares e onde moram", afirma o\n magistrado.\n \n A Operação Monte Carlo, comandada pela Polícia Federal, investigou relações\n entre agentes públicos e quadrilha que atua na exploração do jogo ilegal em Goiás. As investigações\n levaram à prisão, entre outros, de policiais militares do estado.\n \n Paulo Augusto Moreira Lima revela ainda no ofício que foi orientado pela\n Polícia Federal a "não frequentar bares, restaurantes" e obedecer a\n "outras várias restrições". O juiz diz também que delegados da PF\n alertaram que ele corre maiores riscos no segundo semestre, "quando poderá\n ocorrer alguma represália pela atuação no processo".\n \n Para o magistrado, aumenta o nível de periculosidade da quadrilha o fato de\n que "há crimes de homicídio provavelmente praticados a mando por réus do\n processo da Operação Monte Carlo".\n \n O juiz Paulo Augusto Moreira Lima ainda acrescenta, em seu pedido para\n deixar o processo, que está em "situação de extrema exposição junto à\n criminalidade do estado de Goiás" e que tem sofrido, desde a deflargração\n da Operação, problemas de saúde, como "pressão alta, insônia e doenças\n causadas por brusca queda de imunidade".