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Geral
27/11/2024 10:33:00
Quase 600 crianças ficam órfãs por ano em MS, aponta estudo

CGN/LD

No Estado, 599 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um dos pais por ano, desde 2021. Feito pelos Cartórios de Registro Civil do País, o levantamento revela que a pandemia da covid-19, que começou em 2021, foi responsável por ao menos 1/3 da orfandade em Mato Grosso do Sul. De um total de 546 órfãos, cerca de 176 deles perderam os pais por conta da doença.

Em Campo Grande, 147 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pai ou mãe anualmente, desde 2021. A pandemia também causou 1/3 da orfandade no município, correspondendo a 46 crianças de um total de 133 órfãos.

O levantamento abrange o período de 2021 a 2022 e foi feito com o cruzamento dos dados de CPFs dos pais existentes nos registros de óbitos com o registro de nascimento de seus filhos. Assim, os cartórios conseguiram contabilizar os órfãos ano a ano.

Até metade de 2019 não era obrigatória a inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, o que tornava impossível a relação entre os documentos usados para fazer as estatísticas. O número ficou consolidado a partir de 2021.

Presidente da Arpen-MS (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais de Mato Grosso do Sul), Marcus Roza pontua que os dados são imprescindíveis para que o poder público tome ações voltadas para crianças e adolescentes órfãos.

“Dados estaduais de orfandade são essenciais no desenvolvimento de políticas públicas, no planejamento e execução de medidas de proteção e acolhimento de crianças e adolescentes. Em especial, no contexto da pandemia de covid, é um mecanismo de identificação e compreensão do impacto social e econômico da perda de pais e responsáveis”, afirma.

Órfãos ano a ano- A Arpen-MS via ON-RCPN consolidou dados de 2020 a 2024 sobre o número de órfãos no Estado. Além dos 546 órfãos contabilizados em 2021, o ano seguinte registrou 550 crianças que perderam ao menos um dos pais, enquanto 2023 registrou um aumento para 632 órfãos e, até outubro de 2024, o número já totaliza 670, o que supera o recorde do ano passado neste período.

Quando considerados apenas aqueles que ficaram órfãos dos dois pais, os números diminuem. Em 2021 foram 13, em 2022, 10, em 2023, 10 e, em até outubro de 2024, 9 órfãos.

No mesmo período, em Campo Grande, os órfãos de apenas um dos pais foram 133 órfãos contabilizados em 2021, o ano seguinte registrou 108 crianças que perderam ao menos um dos pais, enquanto 2023 registrou um aumento para 164 órfãos e, até outubro de 2024, o número já totaliza 184, o que supera a marca do ano passado neste período.