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Geral
23/11/2012 06:25:07
Réu é condenado a 20 anos de prisão por morte de Celso Daniel
Santos era um dos integrantes da quadrilha que sequestrou a vítima no dia 18 de janeiro de 2002 na zona sul da capital paulista.

Terra/PCS

Réu (dir.) demonstra abatimento ao ouvir a sentença de sua condenação (Foto: Vagner Magalhães)
\n \t \t \t \t \t \t \t \t \n O réu Itamar Messias dos Santos, 32 anos, foi condenado a 20 anos de \n prisão - em regime inicial fechado - por participação na morte do \n ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Ele é o sexto condenado no \n caso. Santos era um dos integrantes da quadrilha que sequestrou a vítima\n no dia 18 de janeiro de 2002 na zona sul da capital paulista. O réu foi\n julgado por homicídio duplamente qualificado, por agir sem \n possibilidade de defesa da vítima e motivado por promessa de recompensa \n financeira. \n \n O julgamento ocorreu no Fórum de Itapecerica da Serra (SP). A sentença \n foi proferida pelo juiz Antonio Augusto de França Hristov, às 18h34. No \n início da sessão, Santos optou por permanecer calado durante seu \n interrogatório. \n Após sequestrar Celso Daniel, o grupo teria levado o ex-prefeito para um\n cativeiro em Juquitiba, na Grande São Paulo. A vítima foi morta \n aproximadamente 24 horas depois, na madrugada do dia 20 de janeiro. \n \n Para o promotor de Justiça Márcio Augusto Figgi de Carvalho, o \n ex-prefeito morreu "porque peitou quem quis enriquecer pessoalmente". De\n acordo com o MP, a prefeitura de Santo André estava envolvida em um \n esquema de corrupção para receber propina de empresas de transporte - \n para levantar fundos para as campanhas de 2002 do Partido dos \n Trabalhadores. \n Celso Daniel teria conhecimento do esquema, mas tomou providências \n para acabar com a fraude, quando descobriu que havia pessoas embolsando o\n dinheiro. Isso teria motivado a sua morte.\n O advogado Airton Jacob Gonçalves Filho disse que não iria tentar \n negar o óbvio, "que está robusto nos autos". Ele admite a participação \n de Santos no sequestro do ex-prefeito, mas nega qualquer participação \n dele na sua morte. "Itamar, tendo participado do sequestro, não adere à \n vontade de matar Celso Daniel", disse. \n De acordo com o defensor, era inegável a participação de Santos no \n momento do sequestro, provado, inclusive, pela presença de impressões \n digitais dele no veículo de onde Celso Daniel foi retirado, na zona sul \n da capital paulista.\n \n A morte de Celso Daniel
\n Então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT) foi sequestrado em\n 18 de janeiro de 2002, quando saía de um jantar. O empresário e amigo \n Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, estava no carro com ele quando foi \n rendido. O político foi levado para um cativeiro na favela Pantanal, em \n Diadema (Grande ABC), e, depois, para uma chácara em Juquitiba, a 78 km \n de São Paulo, sendo assassinado a tiros dois dias depois. Na época, o \n inquérito policial concluiu que Celso Daniel teria sido sequestrado por \n engano e acabou morto por uma confusão nas ordens do chefe da quadrilha.\n Mas a família solicitou a reabertura das investigações ao Ministério \n Público (MP). \n As novas averiguações apontaram que a morte de Celso Daniel foi \n xpremeditada. As contradições entre as declarações de Sombra e as \n perícias feitas pela polícia lançaram suspeitas sobre o amigo do então \n prefeito. Ele havia dito que houve problemas nas travas elétricas do \n carro em que os dois estavam - que era blindado -, que houve tiroteio \n com os bandidos e que o carro morreu. Mas a perícia da polícia desmentiu\n todas as alegações.\n O MP denunciou sete pessoas como executoras do crime, sendo que \n Sombra foi apontado como o mandante do assassinato. Ele foi denunciado \n por homicídio triplamente qualificado - por ter contratado os \n assassinos, pela abordagem ter impedido a defesa da vítima e porque o \n crime garantiria a execução de outros. De acordo com o MP, o empresário \n fazia parte de um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André que \n recebia propina de empresas de transporte - para levantar fundos para as\n campanhas de 2002 do Partido dos Trabalhadores -, mas Celso Daniel \n teria tomado providências para acabar com a fraude, quando descobriu que\n havia pessoas embolsando do dinheiro para si próprias - o que motivou a\n sua morte. Ele nega a acusação.\n A Justiça decidiu levar todos os acusados a júri popular. Além de \n Sombra e Itamar Messias Silva dos Santos, foram julgados e condenados \n José Edson da Silva (20 anos de prisão), Elcyd Oliveira Brito (22 anos),\n Ivan Rodrigues da Silva (24 anos) e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira\n (18 anos) pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, \n mediante paga ou promessa de recompensa e por impossibilitar a defesa da\n vítima), cuja pena máxima é de 30 anos de reclusão. Em novembro de 2010\n aconteceu a primeira condenação do caso: Marcos Roberto Bispo dos \n Santos pegou 18 anos de prisão em regime fechado.\n \n \n \n \n \n