Correio do Estado/LD
Os senadores eleitos em 2022 tomam posse nesta quarta-feira (1º) em clima de eleição acirrada para a presidência da Casa. Um quarto dos eleitos para o Senado é oriundo de cargos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ala bolsonarista da Casa ganhou protagonismo, nos últimos dias, com a articulação pela candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) na disputa com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela presidência da Casa.
Senadores tomam posse e elegem presidente da Casa. Pacheco, que é do partido de Gilberto Kassab, tenta se reeleger com o apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marinho cresceu nas últimas semanas e aposta em traidores até na sigla do parlamentar mineiro -o voto é secreto.
Parte da força da oposição ao atual presidente veio de ex-integrantes do governo Bolsonaro, que são um importante bloco dentre os novos senadores eleitos: 7 de 22 (outros 5 foram reeleitos).
Dentre eles, inclusive Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional de 2020 até o fim de 2022 e, antes, ocupou o cargo de secretário especial do Trabalho e da Previdência.
Hamilton Mourão (Republicanos-SC), ex-vice-presidente, e Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário da Pesca, são os únicos destes que não ocuparam algum ministério na Esplanada de Bolsonaro.
Tereza Cristina (PP-MS) foi ministra da Agricultura durante quase todos os quatro anos da antiga gestão e, apesar de não ser do partido do ex-presidente, chegou a ser cotada como o nome dos bolsonaristas para a corrida pela presidência do Senado.
Antes no Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF) contou com o apoio de Bolsonaro em sua campanha -na qual venceu outra ex-ministra do governo e que era da sigla do ex-presidente, Flávia Arruda (PL-DF).
Sergio Moro (União Brasil-PR) gerou uma crise ao deixar o Ministério da Justiça, em 2020, mas se reaproximou do ex-presidente durante as eleições contra Lula e seguiu seu aliado desde então. Marcos Pontes (PL-SP) foi ministro de Ciência e Tecnologia durante quase todos os quatro anos da última gestão.
Na articulação para tentar conseguir votos inclusive de nomes do PSD de Pacheco, Marinho contou também com outro ex-ministro, Ciro Nogueira (PP-PI), que retomou seu mandato após ficar afastado para chefiar a Casa Civil.
Por outro lado, dos 27 senadores que tomam posse nesta Legislatura, quatro já foram nomeados como ministros de Lula e deixarão o cargo para suplentes. Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PSB-MA), Renan Filho (MDB-AL) e Wellington Dias (PT-PI) -que ocupam, respectivamente, as pastas de Educação, Justiça, Transportes e Desenvolvimento Regional.
Dos 13 senadores que tentaram a reeleição, apenas 5 conseguiram e 20 são estreantes. Por outro lado, apenas um dos nomes, Jaime Bagattoli (PL-RO), nunca ocupou um cargo público.
Na nova composição do Senado, o PL foi superado pelo PSD de Pacheco como o maior partido.
Em outubro de 2022, a sigla de Valdemar da Costa Neto elegeu 14 cadeiras, contra 11. No entanto, Kassab se movimentou e angariou nomes como Eliziane Gama (ex-Cidadania-MA) e Mara Gabrilli (ex-PSDB-SP).
No fim das contas, o PSD terá 15 senadores, contra 13 do PL. Assim, pelo menos em um primeiro momento, os partidos da base do governo Lula serão maioria, com 45 cadeiras (além da sigla de Pacheco, dez do MDB, nove do próprio PT, quatro do PSB, três do PDT e uma da Rede).
União Brasil, com nove senadores, PP, com seis, Podemos e Republicanos com quatro cada, e PSDB com três formam, em teoria, o bloco independente.