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Geral
14/08/2013 09:00:00
STF nega recursos preliminares dos réus do mensalão
O mérito das condenações ainda será analisado.

Agência Brasil/AB

\n \n Por maioria de votos, os ministros do Supremo Tribunal Federal\n (STF) negaram recursos preliminares apresentados pelos réus condenados na Ação\n Penal 470, o processo do mensalão. Entre as questões levantadas estão a\n redistribuição da ação para outro ministro-relator, o cancelamento das notas\n taquigráficas, metodologias adotadas nos votos e a competência da Corte para\n julgar réus que não têm foro privilegiado. O mérito das condenações ainda será\n analisado. \n \n O relator do processo e presidente do STF, ministro Joaquim\n Barbosa, negou todos os recursos por entender que não houve omissões no\n acórdão, o texto final do julgamento. “Não se trata de obscuridade que impeça a\n compreensão do acórdão até porque o julgado está claramente posto”, disse o\n relator. \n \n Os demais ministros da Corte concordaram com os argumentos de\n Barbosa e também negaram os recursos preliminares. Votaram com o relator os\n ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo\n Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. O ministro Marco Aurélio\n acompanhou parte do voto de Barbosa, mas entendeu que as interferências e votos\n orais proferidos não poderiam ter sido retirados do texto final. Os ministros\n Celso de Mello e Luiz Fux retiraram mais de mil trechos de seus votos para acelerar\n a finalização do acórdão, publicado em abril. \n \n Antes de proferir seu voto nas questões, o ministro Luís Roberto\n Barroso, que tomou posse em junho, fez um discurso duro contra o sistema\n político brasileiro. O ministro disse que o mensalão foi o esquema “mais\n investigado de todos e o que teve a resposta mais contundente do Judiciário”.\n Ele lembrou ainda que a ação penal apurou desvios que teriam custado cerca de\n R$ 150 milhões. Esta foi a primeira participação de Barroso no julgamento\n \n Segundo Barroso, as condenações dos políticos na ação mostram que\n o país precisa de uma completa mudança no sistema político. “A imensa energia\n dispendida na Ação Penal 470 terá sido em vão se não forem tomadas providências\n urgentes de reforma no sistema político. Sem reforma política tudo continuará\n como sempre foi, a distinção entre os que foram pegos e os que não foram”,\n disse. \n \n Barroso lembrou de outros esquemas de corrupção, como o Escândalo\n dos Precatórios, os Anões do Orçamento e os desvios de verbas na construção do\n Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. “Não se pode fechar os olhos de que\n o mensalão não se constituiu um evento isolado. Ele se insere numa tradição\n lamentável, que vem de longe”, disse. \n \n \n \n \n