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Foi condenado a 7 anos de prisão, em regime fechado, o tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) Luiz Carlos Rodrigues Carneiro. O oficial, que já tem condenação pela Oiketicus, foi preso em flagrante em novembro de 2020 com um carregamento de celulares contrabandeados do Paraguai.
A defesa do militar sustentou que a Justiça Militar seria incompetente para processar e julgar o frito, alegando que Carneiro não estava uniformizado no momento do crime e em local não sujeito à administração militar, em carro particular e de folga. No entanto, foi esclarecido que o fato do réu não estar em serviço não tem condão de afastar a competência da justiça castrense.
Ainda é destacado que no momento da abordagem o oficial se identificou como PM, numa tentativa de evitar que os policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), todos de patente inferior a dele, fizessem vistoria no veículo. Fica esclarecido que o réu teria sido contratado como forma de usar da patente para encobrir o crime.
A sentença, assinada pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, condena Carneiro a 3 anos de reclusão pelo crime de descaminho e 4 anos pelo crime de contrabando, totalizando 7 anos de reclusão. O militar cumprirá a pena em regime fechado, considerando que a liberdade “representaria uma afronta aos princípios da disciplina militar”.
O oficial também não poderá apelar em liberdade, para garantia da ordem pública. Atualmente recebendo remuneração fixa de R$ 23.766,01, conforme o Portal da Transparência, Carneiro já tem outra condenação pela Oiketicus. Não foi imposta a ele pena de exclusão das fileiras da PMMS.
Prisão
O tenente-coronel foi preso por policiais do DOF que faziam patrulhamento na estrada vicinal, que liga o assentamento Itamaraty à BR-463. Os policiais desconfiaram, já que o trecho é utilizado por contrabandistas e traficantes. Então, fizeram a abordagem.
Logo, o carona se identificou como policial militar, tenente-coronel Luiz Carlos, mostrando inclusive a identidade funcional. A polícia constatou que haviam alguns volumes no banco traseiro e ao perguntar ao motorista o que seria, o motorista Felipe respondeu que se tratava de mercadoria de origem estrangeira. Foi solicitado então que abrisse o porta-malas, onde havia outras mercadorias.
Foram encontrados 30 celulares Ipro Opal, 14 pacotes de cabo de internet e 400 cigarros eletrônicos. Os policiais do DOF deram voz de prisão aos dois, que foram então levados para a delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã. Em seguida, os militares seguiram para a Corregedoria da PM em Campo Grande.
Em 2018, durante desdobramento da Operação Oiketicus, realizada pelo Gaeco, Corregedoria da PMMS e Ministério Público Estadual, o tenente foi alvo de operação. Ele foi preso ao ser flagrado com 22 munições de calibre 7.62 para fuzil e depois condenado a 3 anos.