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Geral
28/01/2014 11:00:15
Trabalho de presos em reparos em escola da Capital pode ser estendido para outras unidades de ensino
Assim, com o dinheiro descontando do salário dos presos foi possível a reforma da EE Profª Delmira Ramos dos Santos, com custo de R$ 64 mil.

Da redação/AB

Na\n semana que vem, quando os estudantes voltarem à Escola Estadual \n Professora Delmira Ramos dos Santos, irão encontrar a unidade com uma \n cara nova. Por meio do projeto “Pintando Educação com Liberdade”, \n realizado em conjunto pela Agência Estadual de Administração do Sistema \n Penitenciário (Agepen), a 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande (2ª \n VEP) e a Secretaria de Estado de Educação (SED), os internos do Centro \n Penal Agroindustrial da Gameleira estão provendo pequenos consertos, \n reparos hidráulicos e elétricos, pintura do prédio e da quadra \n poliesportiva e serviços de jardinagem. \n Os presos dos regimes aberto, semiaberto e fechado que foram \n encaminhados ao mercado de trabalho pelo poder público têm desconto 10% \n em seus salários, e o valor arrecadado pode ser utilizado para o custeio\n dos próprios detentos, conforme prevê a Lei de Execução Penal. Assim, \n com o dinheiro descontando do salário dos presos foi possível a reforma \n da EE Profª Delmira Ramos dos Santos, com custo de R$ 64 mil. \n Nesta segunda-feira (27), a secretária de Estado de Educação, Maria \n Nilene Badeca da Costa, visitou a escola, localizada no bairro \n Coophavilla II, em Campo Grande, acompanhada pelo juiz da 2ª Vara de \n Execução Penal, Albino Coimbra Neto, e do diretor da Gameleira, Tarley \n Cândido Barbosa. Para a secretária, “os alunos vão se surpreender”. “O \n resultado deste projeto está sendo muito positivo. É uma parceria que \n recupera e promove melhorias na escola, utilizando mão de obra dos \n internos do Centro Penal Agroindustrial. Com certeza este é o início de \n um trabalho que pode seguir para outras escolas”, avalia. \n De acordo com o juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, \n idealizador do projeto, a reforma feita pelos internos tem um impacto \n muito grande na sociedade. “Essa reforma tem um impacto muito grande na \n sociedade, que está acostumada a ver apenas notícias ruins do presídio, \n mas esse pessoal tem condição de fazer muitas coisas. O projeto fomenta o\n trabalho do preso e quando você dá uma oportunidade como essa você \n passa uma mensagem mais forte e quebra o preconceito”, explica. \n Cerca de 10 internos da Gameleira trabalham de segunda a sábado na \n escola e, além de um salário, a cada três dias trabalhados eles recebem \n um dia de redução da pena. Oportunidade aproveitada pelo pintor Ney \n Paulo Gil Alves, que cumpre pena por tráfico de drogas há 7 anos. \n “Participei da pintura da Gameleira e agora estou trabalhando na escola,\n recebendo salário, ajudando minha família e ainda vou sair mais \n rápido”, comemora, já planejando o futuro. “Daqui a dois meses eu \n termino de cumprir minha pena, quero reencontrar minha família em São \n Paulo e voltar a trabalhar como pintor”.