CE/PCS
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirmou ao Correio do Estado que a desobrigação do uso de máscara em Mato Grosso do Sul pode ocorrer nas próximas semanas, caso os índices da Covid-19 se mantenham em declínio depois das festas de Carnaval.
“Vamos esperar o resultado dos festejos de Carnaval e monitorar as próximas duas semanas. Se continuarmos nessa curva de declínio, levaremos a discussão do uso de máscara para o comitê do Programa de Saúde e Segurança na Economia [Prosseguir] para avaliação”, informou Resende.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que a taxa de letalidade da Covid-19 está em 2,1% em Mato Grosso do Sul e a média móvel de óbitos dos últimos sete dias está em 12,9.
Conforme o doutor em Doenças Infecciosas Everton Lemos, a elevada cobertura vacinal impulsiona a flexibilização das medidas restritivas adotadas.
“Podemos dizer que a estabilização e a diminuição de casos impulsionam para o fim da pandemia. Isso pode ser percebido pela diminuição da letalidade, que é um indicador importante da magnitude da doença. Com a redução da letalidade, é possível, sim, reduzir as medidas mais restritivas”, esclareceu o especialista.
Lemos relatou ainda que acredita que o pior estágio da pandemia já foi superado no Estado.
“Hoje, a maior parte das pessoas já entrou em contato com o vírus ou está imunizada. Isso contribui para a redução do impacto de gravidade da doença e sua diversidade de variantes circulantes no Estado”, finalizou.
Para o infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Julio Croda, cada local terá um tempo diferente para instituir a flexibilização das medidas restritivas impostas para frear o contágio pelo coronavírus.
Croda acredita que é possível que, ainda no primeiro semestre, a situação se torne “mais favorável”, o que implicaria em “declarar que não estamos mais em emergência de saúde pública, por exemplo”.
Um exemplo de flexibilização ocorreu nesta quinta-feira, com o retorno das aulas 100% presenciais das redes municipal e estadual de ensino.
Muitos protocolos de biossegurança deixaram de ser necessários, como o distanciamento social e a aferição da temperatura.
No entanto, o uso de máscara continua vigente. A principal orientação é que os pais levem os filhos para serem vacinados.
CENÁRIO NACIONAL
Em discussões mais avançadas sobre a flexibilização das medidas restritivas, o estado do Rio de Janeiro vai debater sobre a desobrigatoriedade do uso de máscara em qualquer ambiente nesta segunda-feira. O uso em locais ao ar livre sem aglomeração foi liberado em outubro do ano passado.
Também nesta segunda-feira, o uso de máscara deixa de ser obrigatório em locais abertos no Distrito Federal.
A cidade de Chapecó (SC) anunciou que o uso de máscara em ambientes fechados passou a ser facultativo desde esta quinta-feira. Para os demais municípios de Santa Catarina, a máscara permanece obrigatória em ambientes fechados.
BOLETIM
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela SES ontem, 512 pessoas testaram positivo para Covid-19 nas últimas 24 horas em Mato Grosso do Sul. Com isso, o Estado totaliza 503.771 casos confirmados desde março de 2020.
Entre as confirmações desta quinta-feira, 117 casos positivos foram registrados em Campo Grande.
Até ontem, 233 pessoas estavam hospitalizadas em decorrência da doença. Entre os internados, 120 estavam em leitos clínicos (83 públicos e 37 privados) e 113 em leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) (93 públicos e 20 privados).
A ocupação global de leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) na macrorregião de Campo Grande está em 81%, na de Dourados, em 85%, na de Três Lagoas, em 38%, e na de Corumbá, em 47%. Até o momento, 10.359 sul-mato-grossenses perderam a vida por causa da Covid-19.
VACINAÇÃO
Conforme o balanço mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, 75,17% dos moradores de Mato Grosso do Sul estão com o esquema vacinal completo, por volta de 1,8 milhão de pessoas. Ao todo, já foram aplicadas 5.396.568 doses de imunobiológicos contra a Covid-19 no Estado.
Do total de vacinas aplicadas, 2.198.888 foram primeira dose e 1.854.523, segunda dose. Por volta de 257,2 mil pessoas receberam a dose única (Janssen) no Estado. SAIBA
O Ministério da Saúde ontem confirmou que já está adotando as medidas necessárias para reclassificar o status da Covid-19 no Brasil de pandemia para epidemia.