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Geral
23/01/2012 09:00:00
Vereador e ex-candidato a prefeito vão responder na Justiça pela morte de índios
O Tribunal da Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) e seis pessoas vão responder pelo homicídio dos professores indígenas Jenivaldo Vera e Rolindo Vera, em outubro de 2009, durante expulsão na Fazenda São Luís, em Paranhos (MS).

CorreiodoEstado/LD

\n \n O\n Tribunal da Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul\n (MPF/MS) e seis pessoas vão responder pelo homicídio dos professores indígenas\n Jenivaldo Vera e Rolindo Vera, em outubro de 2009, durante expulsão na Fazenda\n São Luís, em Paranhos (MS).\n \n Entre os\n acusados, estão o vereador e presidente do Sindicato Rural do município, Moacir\n João Macedo, o ex-candidato a prefeito, Joanelse Tavares Pinheiro, o\n comerciante Antônio Pereira e os filhos do proprietário da fazenda, Fermino\n Aurélio Escolbar Filho, Rui Evaldo Nunes Escobar e Evaldo Luís Nunes Escobar.\n \n O MPF\n também requisitou abertura de novo inquérito na Polícia Federal de Ponta Porã\n para investigação da participação de outras pessoas nos crimes, além de\n indícios de utilização de veículo oficial da Prefeitura de Paranhos no\n deslocamento do grupo que atacou os indígenas. Este novo inquérito ainda não\n foi finalizado.\n \n Eles vão\n responder por homicídio qualificado – sem possibilidade de defesa da vítima -,\n ocultação dos cadáveres, disparo de arma de fogo e lesão corporal contra idoso\n \n Ataque\n \n As\n mortes ocorreram durante expulsão de área reivindicada pelos indígenas como de\n ocupação tradicional da etnia guarani-kaiowá (Tekoha Ypo´i), na Fazenda São\n Luiz, em Paranhos, em 31 de outubro de 2009. Conforme a denuncia, quatro dos\n réus - Evaldo, Moacir, Antônio Pereira e Joanelse – e outras pessoas ainda não\n identificadas, contando com o auxílio dos réus Fermino e Rui, chegaram ao local\n em caminhões e caminhonetes, efetuando disparos com pelo menos sete armas de\n fogo de vários calibres (12, 32, 36, 9mm Luger, 30 e 38) e agredindo o grupo de\n 50 indígenas. Mário Vera, à época com 89 anos, recebeu pauladas nas costas,\n ombros e pernas. Os dois professores foram mortos e os corpos, ocultados.\n \n O\n corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois, em 7 de novembro, dentro\n no Rio Ypo´i, próximo ao local do conflito. Segundo boletim de ocorrência,\n Jenivaldo “estava sem camisa, com cueca e calção, descalço, com perfuração de\n arma de grosso calibre frontal no peito e nas costas”. A perícia comprovou que\n a morte foi causada por um tiro nas costas, que saiu pelo peito, causando a\n hemorragia fatal. Apesar das buscas realizadas pela Polícia com o auxílio do\n Exército e do Corpo de Bombeiros, o corpo de Rolindo não foi encontrado até\n hoje.\n \n Depois\n de expulsos em 2009, os indígenas guarani-kaiowá reocuparam a área de reserva\n legal da Fazenda São Luís em 19 de agosto de 2010. Eles estão amparados por\n decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região - TRF3 - que cassou ordem de\n reintegração de posse “até a produção de prova pericial antropológica”, ou\n seja, os estudos que confirmem os indícios de ocupação tradicional da região\n por aquele grupo étnico. Segundo o Tribunal, "existem provas de que a\n Fazenda São Luiz pode vir a ser demarcada como área tradicionalmente ocupada\n pelos índios".\n \n \n \n