\n \n Em\n 2012, ano do julgamento do mensalão e de outros casos de grande repercussão, a\n exposição do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1.424 veículos de mídia escrita\n do país cresceu 116%, na comparação com 2011. \n \n O\n pico no número de citações ao tribunal em jornais, revistas, portais e blogs da\n internet verificados por empresas de mídia contratadas pelo STF ocorreu em\n agosto, primeiro mês do mensalão, quando as referências à corte mais que\n quadruplicaram. \n \n O\n "ano pop" do STF também foi percebido nas redes sociais. Em janeiro\n de 2012 o tribunal tinha cerca de 180 mil seguidores no Twitter. Esse número\n subiu para 316 mil em dezembro. \n \n Os\n balanços de mídia do STF apontaram 170 mil menções escritas à corte no ano\n passado, mais que o dobro do verificado em 2011 (78 mil). \n \n Considerados\n os cinco meses do julgamento do mensalão, o aumento foi de 170% ante 2011. A\n elevação foi de 33.963 para 91.839 citações em veículos de mídia escrita. \n \n Só\n no primeiro mês do mensalão, os órgãos de imprensa mencionaram o STF 27.944\n vezes. No mesmo período de 2011, foram 6.373. \n \n Mas\n não foi somente o julgamento sobre a compra de apoio político pela cúpula do\n PT, o maior da história da corte, que projetou o STF. \n \n No\n começo do ano passado o STF julgou a questão sobre o poder do Conselho Nacional\n de Justiça (CNJ) para investigar ilegalidades cometidas por juízes. \n \n Depois\n vieram as causas sobre as cotas raciais em universidades, o aborto de fetos\n anencéfalos e a união civil de pessoas do mesmo sexo. \n \n Para\n o ministro do STF Ricardo Lewandowski, que assume a presidência da corte\n interinamente a partir de amanhã, a grande exposição do STF na mídia é positiva\n e fez com que no decorrer do mensalão os ministros passassem a usar termos que\n pudessem ser entendidos pelo público não especializado. \n \n Segundo\n Lewandowski, no julgamento "a linguagem foi ficando cada vez mais\n simplificada, para tornar os temas acessíveis ao cidadão". \n \n A\n professora de ciência política da USP especializada em Poder Judiciário Maria\n Tereza Sadek também considera a divulgação do STF benéfica: "É preferível\n correr os riscos de uma superexposição que ter um tribunal fechado e sem\n independência".