CGN/LD
As últimas frente fria e chuva que chegaram a Mato Grosso do Sul foram aliadas na luta contra os incêndios que atingem o Pantanal. Porém, com as temperaturas voltando a subir e a umidade relativa do ar despencando, segundo mostram as atuais medições do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as condições voltam a ficar favoráveis ao fogo e dificultam o trabalho de combate.
Eram seis e subiram para nove os focos de incêndio que estão no radar desde a noite de ontem (12), conforme boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros. Desses, seis estavam localizados no bioma sul-mato-grossense, dois no bioma em Mato Grosso e um em área florestal do município de Naviraí, na divisa com o estado do Paraná.
No Estado, um deles segue afetando a região pantaneira de Miranda, próximo a Salobra. É o mesmo foco que começou após um caminhão pegar fogo em Corumbá, se estendeu até a BR-262 e obrigou o bloqueio da via, além da remoção de pessoas em perigo.
O combate também segue nas proximidades da Serra do Amolar, do Paiaguás e do Forte Coimbra. Foram identificados, ainda, focos de calor perto da região Passo da Lontra, na Estrada Parque Pantanal de Mato Grosso do Sul.
No Refúgio Ecológico Caiman, pousada e sede de importantes projetos de conservação que teve 80% da área queimada, equipes e aeronaves atuam para apagar resquícios do incêndio devastador iniciado há quase duas semanas no local.
Outra trégua - Após um junho de incêndios recordes, os maiores dos últimos 22 anos no período, segundo divulgou o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), julho teve frente fria e pouca chuva que deram trégua aos combates, igual aconteceu na primeira semana de agosto.
Ainda assim, o fogo voltou a se alastrar e produziu imagens impressionantes, principalmente em Miranda, ao ser impulsionado por fortes rajadas de vento e altas temperaturas em pleno inverno.
Quanto e causas - Somadas as áreas atingidas pelo fogo este ano no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais de 1,5 milhão de hectares já viraram cinzas, segundo monitoramento via satélite do Lasa-URFJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Caminhão que atolou e pegou fogo, queima de área para apicultura e para coleta de iscas, são algumas das hipóteses sobre a origem do fogo que se espalha pelo Pantanal.
Ministério Público Estadual e Polícia Federal estão envolvidos nas investigação, enquanto Polícia Militar Ambiental, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul realizam vistorias nos locais afetados.
O que já se sabe, é que estão descartadas causas naturais que tenham originado as brasas. Também a Lasa confirmou que não houve incidências de raios no bioma, único fator que poderia ter iniciado incêndios sem intervenção humana.