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Desde 1950, o Brasil não enfrentava uma seca tão intensa, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É a pior da história, considerando os últimos 70 anos monitorados pelo órgão.
A situação afeta alguns estados mais do que outros. Mato Grosso do Sul é um deles e, inclusive, está localizado em uma das regiões onde o cenário deve piorar neste mês, conforme o boletim de monitoramento de secas publicado pelo Cemaden na segunda-feira (2).
O centro prevê que sete municípios de Mato Grosso do Sul enfrentem seca mais crítica no mês nove. Eles estão localizados nas regiões pantanal e costa leste, na divisa com Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
O Cemaden também destaca que haverá expansão no quadro de seca extrema no Amazonas (8 municípios), Mato Grosso (73 municípios) e Goiás (43 municípios).
A previsão para a Bacia do Rio Paraná, que atravessa Mato Grosso do Sul, seguirá crítica, segundo o boletim, variando de severa a extrema. "Essa situação exige atenção e ações preventivas para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais, sobretudo em relação ao maior risco de propagação do fogo", alerta o centro de monitoramento.
Mato Grosso do Sul registrou, ainda, seca em Terras Indígenas durante agosto. Elas variaram entre os graus moderada e severa.
Mais que a metade do País - Somadas, as áreas com alguma condição de seca atingem cerca de 5 milhões de km², o que equivale a cerca de 58% de todo o território nacional.
A ferramenta utilizada para medir e monitorar a seca é o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI, na sigla em inglês).
“O SPEI leva em conta duas coisas principais: a quantidade de chuva que cai e a quantidade de água que se perde por evaporação e transpiração das plantas. A evaporação depende da temperatura: quanto mais quente, mais água evapora”, detalha a pesquisadora e especialista em secas do Cemaden, Ana Paula Cunha.