G1/PCS
A previsão é de chuva intensa em boa parte do Rio Grande do Sul no final de semana. A partir de sábado (15), o sul gaúcho e a metade norte do estado passam a ser atingidos, incluindo as regiões Noroeste, Nordeste, Centro, Sudoeste, Sul, Sudeste, Serrana e Metropolitana de Porto Alegre.
A instabilidade é provocada pelo retorno de uma frente fria.
Os volumes acumulados de chuva devem ultrapassar os 100 milímetros e chegar a 200 milímetros até terça-feira (18), segundo a Defesa Civil e a Sala de Situação do estado. Os números são semelhantes à média do mês inteiro, de acordo com a Climatempo.
A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, explica que o fenômeno não deve provocar os mesmos impactos que os temporais de maio.
"Nós não teremos agora, neste episódio, os mesmos volumes de chuva extremos como nós tivemos durante o mês de maio. E, além disso, esta chuva não vai ser nem tão volumosa e nem vai se prolongar por tantos dias como aconteceu", diz.
Chuva preocupa gaúchos
Volta da chuva preocupa municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre
A previsão de chuva forte tem causado grande preocupação entre os moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre, especialmente nas cidades de Eldorado do Sul, Canoas e São Leopoldo, as mais afetadas pela enchente de maio. As três cidades juntas somam 49 das 176 mortes provocadas pelas inundações.
A Defesa Civil afirma que já está articulando a adoção de medidas preventivas, especialmente em locais com pequenos rios, córregos e sistemas de escoamento. Nessas áreas, pode ser necessária ação de manutenção e limpeza, permitindo a vazão da água.
A Prefeitura de São Leopoldo tomou medidas urgentes para reforçar a proteção contra novas enchentes, incluindo obras emergenciais para recuperar os diques que protegem a cidade. Além disso, seis bombas móveis de drenagem estão à disposição para atuar em áreas críticas.
Em Canoas, a prefeitura diz que está trabalhando para limpar as ruas e evitar que o lixo acumulado piore a situação em caso de novas inundações. Caminhões operam para remover resíduos, enquanto um plano de contingência foi estabelecido para monitorar oito casas de bombas.
Em Porto Alegre, a Defesa Civil emitiu um alerta preventivo até segunda-feira (17) devido à previsão de mais chuva no fim de semana. A situação é preocupante para moradores que ainda não terminaram a limpeza pós-enchente.
No bairro Navegantes, por exemplo, algumas áreas permanecem alagadas quase 50 dias após o início das chuvas intensas, com o trânsito interrompido embaixo do viaduto próximo à Ponte do Guaíba.
O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss, informou que está em negociações para realizar a drenagem do local e aliviar a situação dos moradores afetados.
Defesa Civil emite alerta preventivo em Porto Alegre
Guaíba não deve ultrapassar cota de alerta
A chuva prevista não deve elevar o Guaíba para além da cota de alerta – de 3,15 metros –, projeta o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS. Na sexta-feira (14), o nível do lago era de 2,48 metros na Usina do Gasômetro.
O Guaíba está abaixo da cota de inundação, de 3,60 metros, desde 3 de junho. No pior momento da enchente, em 5 de maio, o nível do lago chegou a 5,35 metros.
No entanto, apesar da projeção, os cientistas do IPH afirmam que o volume previsto exige atenção.