CGN/PCS
Apesar da diminuição de 9,2% nas áreas desmatadas no Pantanal, de 2022 para 2023, nesta quarta-feira (8) o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real, o Deter, alerta que a supressão da vegetação nativa pantaneira tem apresentado níveis elevados nos últimos anos.
Os dados são divulgados pelo Prodes (Coordenação-Geral de Observação da Terra), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Por conta disso, houve a necessidade de ativar o Deter, com uso de satélites. O trabalho teve início em agosto do ano passado e é revisado a cada três dias.
A diminuição de áreas desmatadas leva em consideração o bioma em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Desde as grandes queimadas registradas de 2021, o Sul caminha gradativamente na diminuição desses resultados. Gráficos mostram que, naquele ano, perdemos 90% do bioma, no ano seguinte 78,9% e hoje estamos em 71%.
Porém, é preciso destacar que seis municípios de Mato Grosso do Sul são os principais responsáveis pelas áreas com árvores derrubadas, sendo 381,97 km² só em Corumbá no último ano.
Desde o início da série histórica do Inpe, em 2014, o Pantanal de Mato Grosso do Sul saiu de 238,13 km² desmatados para 623,17 km² no ano de 2022. Ou seja, pelos dados do Prodes, apenas 30% da área pantaneira não sofreu nenhuma degradação nesse período.
Outro dado importante apresentado pelo painel é que os territórios indígenas que mais sofreram com o desmatamento do bioma foram os kadiwéu, no oeste do Estado, na região de Porto Murtinho, e o taunay de Miranda. As áreas somadas chegam a 86,9% das áreas de povos originários no Pantanal atingidos.