CGN/LD
Durante a coletiva de imprensa realizada em Corumbá nesta terça-feira (16), para apresentar o panorama dos incêndios no Pantanal, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, informou que fazendas onde as chamas tiveram início estão sendo alvo de perícia do órgão de meio ambiente e da Polícia Federal.
“Tive uma reunião com o delegado da Polícia Federal e todas as propriedades onde tiveram os primeiros focos estão sendo visitadas. Temos equipes de perícia da Polícia Federal e do Ibama acompanhando e estão sendo analisados caso a caso, que pode ser um descuido, que pode ser doloso, culposo, avaliando todas as situações. A lei dos crimes ambientais estabelece penalidade para isso. A gente não vai pré-julgar ninguém, vamos fazer o trabalho e, se de fato for comprovado incêndios criminosos, essas pessoas serão responsabilizadas da forma que a legislação estabelece”, confirmou o presidente do Ibama.
Na mesma linha, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a necessidade de um processo rigoroso para garantir justiça. De acordo com ela, não há necessidade de pressa por parte das autoridades em apontar os culpados e que as investigações seguem em andamento sem prazo para conclusão.
“As investigações estão em curso, hoje são cerca de 20 pontos identificados de propagação do fogo, e tem todo um processo de perícia técnica para saber a natureza do incêndio, saber se foi criminoso ou acidental e todas as nuances para ter uma punição justa. Para isso precisa de uma investigação competente. Não podemos fazer a investigação de qualquer jeito para poder dar uma resposta porque a opinião pública quer, isso não é justiça. Então, em um governo republicano a investigação acontece e depois a gente tem um veredito, mas tudo está sendo rigorosa e devidamente investigado”, detalhou a ministra.
De acordo com o governador Eduardo Riedel (PSDB), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul também está colaborando com as investigações. E até o momento, 11 inquéritos foram abertos para apurar a origem e autoria dos incêndios.
“Tem 11 inquéritos civis públicos abertos, das investigações da Polícia Federal com a Polícia Civil. E como disse a ministra, essas ações vão continuar e serão desvendados e eventualmente punidos se ficar constatado o crime”, reforçou o governador.
De 1º de janeiro a 14 de julho de 2024, foi queimada uma área entre 587.600 ha e 778.175 ha no Pantanal, representando de 3,9% a 5,15% do bioma. Do total da área queimada, 85% são áreas privadas e outras; 7,4% são terras indígenas; 4,8% unidades de conservação federal; 1,4% unidades de conservação estaduais; e 1,4% Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).