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Mato Grosso do Sul teve 49.162 ha (hectares) de área desmatada no ano de 2022. Esse número é 12,1% menor que em 2021. Os dados estão no Relatório Anual de Desmatamento produzido pelo MapBiomas e divulgado nesta segunda-feira (12). O bioma que mais sofreu foi o Pantanal, seguido pelo Cerrado e Mata Atlântica.
Desde 2019, quando começou o levantamento, 183.662 ha de natureza nativa de Mato Grosso do Sul foram desmatados. O ano com a maior perda foi 2021, com 55.959 ha. Em 2020, foram 52.044 ha. O menor ano da série foi 2019, com 26.496 ha.
Os municípios que mais registraram desmatamento no Estado no ano passado estão localizados na região do Pantanal. São eles: Corumbá (15.748,98 ha), Porto Murtinho (6.982,38 ha), Aquidauana (5.401,11 ha) e Rio Verde de Mato Grosso (2.040,28 ha). O principal vetor do desmatamento no Estado foi a agropecuária, responsável por 98,7%.
Além desses, outro destaque fica para Ribas do Rio Pardo, distante 98 km de Campo Grande. O município passa por obras para instalação de futura indústria de celulose. No ano de 2022, a área de 1.842,39 ha foi desmatada.
Isso significa que o Estado perdeu por dia 134,69 ha de área nativa em média. Mato Grosso do Sul tem três biomas no território. O Pantanal (26.818 ha) e o Cerrado (21.925 ha) juntos representam 99,4% do total desmatado. Ao todo, em 2022, foram 49.162 ha de natureza nativa perdida.
Os meses que mais tiveram desmatamento registrado em Mato Grosso do Sul foram novembro (6.138,05 ha) e maio (6.055,05). Os dois picos foram cerca de três vezes maiores que os meses com menor registro. Em abril, o desmatamento ficou em 2.014,55 ha. Já o único período abaixo dos 2 mil ha desmatados foi junho, com 1.851,48 ha.
Dados nacionais - No ano passado, a área desmatada no Brasil aumentou 22,3% em relação a 2021, o que corresponde a 2,05 milhões de ha. A Amazônia e o Cerrado responderam, juntos, por 90,1% dos biomas atingidos.
De 2019 a 2022, período de implementação do relatório, houve 303 mil eventos de desmatamento, o que corresponde a 6,6 milhões de ha. A área é equivalente a uma vez e meia a do estado do Rio de Janeiro. A atividade agropecuária é o principal vetor de desmatamento no país, representando 95,7% do total ou 1,96 milhão de ha. O garimpo responde por 5,9 mil ha e a mineração por 1,1 mil ha.
O projeto MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima, cocriada e desenvolvida por uma rede multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia com o propósito de mapear anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território.