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Meio Ambiente
03/08/2015 07:00:00
MPF recomenda mais fiscalização para preservar botos-cinza na Baía de Sepetiba

Agência Brasil/LD

Cercados por um dos maiores polos portuários do país, os botos-cinza da Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, correm o risco de desaparecer. O refúgio dos animais está ameaçado por atividades industriais dos portos e pela pesca predatória. Para proteger os sobreviventes, estimados entre 760 e 920 animais, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou aos órgãos ambientais que aumentem a fiscalização e tracem, até o fim de agosto, um plano de ação.

“A situação é absolutamente calamitosa e o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] diz que está fiscalizando, mas não está sendo suficiente. Os órgãos ambientais, como o Inea [Instituto estadual do Ambiente] e a Polícia Federal, não conseguem se organizar para fazer operações conjuntas e há uma falta de comunicação absurda”, disse àAgência Brasil a procuradora da República em Angra dos Reis, Monique Cheker.

Segundo ela, se essas ações não ocorrerem, o órgão vai entrar com ação civil pública. “De fato, não pretendemos que essa situação perdure por mais tempo”, informou a procuradora, preocupada com o boto-cinza, que consta na lista do Ministério do Meio Ambiente de espécies ameaçadas de extinção.

Por causa da alta mortandade, em 20 anos, o número de botos pode ser reduzido ao extremo, segundo o Instituto Boto Cinza. Este ano, 36 animais foram encontrados mortos. Em 2014, foram 64. O número está acima do aceitável pela International Whaling Commission (Comissão Baleeira Internacional), que admite uma mortandade de até 2% da população.