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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a pesquisa Contas de Ecossistemas - Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil 2022 apontando que o Pantanal é o bioma com o menor número absoluto de espécies da fauna e flora ameaçadas. O levantamento é feito com base nas informações contidas na nova lista de espécies ameaçadas, publicada em dezembro de 2022 pelo então Ministério do Meio Ambiente.
O material aponta que embora tenha subido de 65 espécies apontadas em 2014, o levantamento com dados de 2020 traz 74 espécies, ainda assim bem distante dos demais biomas. As espécies não foram apontadas no material de divulgação tornado público esta manhã.
Conforme divulgou o IBGE, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro com maior número de espécies de plantas e animais ameaçados de extinção no país, com 2.845 de um total de 11.811 verificadas. O Cerrado segue na segunda posição, passando de 1.037 para 1.199 espécies. Em seguida, a Caatinga, que passou de 395 para 481. A Amazônia passou de 311 em 2014 para 503 em 2022. Já o Sistema Costeiro-Marinho apresentou um acréscimo, de 166 para 170. O Pampa mostrou redução, passando de 234 para 229.
O coordenador da pesquisa, Leonardo Bergamini, atribuiu a situação verificada no Pantanal à maior preservação. “Esse número encontrado para o Pantanal também pode ser associado à maior preservação dos ecossistemas desse bioma, como mostrou o nosso estudo sobre o uso da terra nesse recorte ecológico, com uma análise elaborada entre os anos de 2000 e 2020. Essa é a porção do território com menor perda de áreas naturais no período”, complementa.
Embora os dados sinalizem um cenário positivo, no caso do Pantanal sul-mato-grossense, há uma preocupação persistente com o aumento da retirada de vegetação originária para a expansão da atividade pecuária, com pedidos recentes de licença para implantação de pastagens em grandes áreas, e também o cultivo de soja em zonas próximas ao bioma.
A lista que serviu de base para o estudo foi elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em relação à fauna e, quanto à flora, pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), ambas divulgadas no ano passado.
Segundo o estudo, as duas instituições avaliaram 21.456 espécies de animais e plantas em todos os biomas do país, ou seja, cerca de 12% de toda a biodiversidade brasileira. A partir daí, técnicos classificaram as espécies em situação de ameaça, que pode ser, em ordem crescente de preocupação: vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.
O trabalho divulgado pelo IBGE não incluiu nomes de espécies ameaçadas, mas dos dados que serviram de base. Sobre o Pantanal constam a onça-pintada como vulnerável, bem como a ariranha, tamanduá-bandeira, anta, queixada, gavião-real, lobo-guará e macaco-prego. Em outro grupo, de quase ameaçados, estão a arara-vermelha, arara-azul, tatu-bola, papagaio verdadeiro, jaú; em situação de perigo, o Instituto elencou quatro animais: ituí, piolhinho-do-grotão, águia-cinzenta e peixe anual e, por fim, o peixe piracanjuba foi apontado como criticamente em perigo, único nesta categoria.