G1/PCS
Policiais resgataram 19 cães da raça pit bull de uma casa do Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, nesta segunda-feira (19), após uma denúncia de maus-tratos. Segundo o delegado que coordenou a retirada dos animais, Luziano Carvalho, eles estavam famintos.
O dono dos animais, Márcio Adriano Oliveira, de 39 anos, responde no Poder Judiciário por maus-tratos e omissão na guarda de animais ferozes. O G1 tenta localizar a defesa dele.
A juíza Sandra Regina Teixeira Campos foi quem expediu a ordem judicial de resgate dos cães. Ao todo, estavam no imóvel 11 pit bulls adultos e oito filhotes. Inicialmente, o dono tentou resistir, mas foi ele mesmo quem colocou os animais na carrocinha.
Os cães foram levados para o Centro de Zoonoses. “O veterinário vai fazer o levantamento de cada animal que chegar lá, saber como a saúde deles está, o que precisam tomar, vacina”, explicou o diretor de Vigilância em Zoonoses, Gildo Felipe de Paula.
No documento, a magistrada também autoriza a adoção dos animais. O delegado disse que deve ser o responsável por gerenciar a adoção."Nada será feito antes de dez dias, que é prazo para tratá-los e escolher uma família", explicou Carvalho.
Venda e morte de animais
A equipe da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) explicou que os animais eram vendidos por até R$ 100. Pichações no muro e cartazes afixados no portão da casa registravam a oferta dos cães.
Os policiais relataram que a casa estava com um odor insuportável. Os cômodos estavam com fezes dos cachorros e imundos.
Um vizinho, que teme se identificar, afirma que já presenciou os animais sendo agredidos e, em alguns casos, morrerem dentro do local. Ele se disse aliviado com o resgate dos cães.
“O muro é muito baixo. Esse cachorro consegue pular determinadas alturas. Estou mais aliviado, com certeza, porque é passagem não só para os meus filhos irem no colégio, mas para outras crianças também”, disse o vizinho.
Mãe pede esmola
A mãe de Oliveira, Inês Nascimento Barbosa, de 70 anos, usa uma cadeira de rodas para se locomover. Com a casa praticamente sem cômodos, ela conta que o colchão dela é usado pelos animais: “Durmo na cadeira de rodas”.
O filho dela, segundo o delegado, é um usuário de drogas e a leva para pedir esmola em ruas da capital. Ele alegou que não tem como trabalhar por ter de cuidar da mãe. “Tenho que cuidar da minha mãe. Se alguém cuidar dela direitinho, aí eu vou trabalhar, porque ela é o bem precioso que tem pra mim. Faço a minha parte, levo ela para pedir esmola na rua”, disse.
Durante a operação, uma assistente social também ao local. Ela deverá fazer o acompanhamento da família.