Mundo
03/08/2014 12:00:31
Mulheres representam entre 55 e 60% das vítimas de tráfico de pessoas, afirma ONU
A Organização Mundial do Trabalho (OIT) alertou que 21 milhões de homens, mulheres e crianças sofrem atualmente alguma forma de coerção ao trabalho forçado, gerando uma receita de 150 bilhões de dólares ao ano.
ONU Brasil/LD
Enfatizando\n que a prática da escravidão ainda assola a sociedade moderna, as Nações\n Unidas marcaram seu primeiro Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas \n chamando a comunidade internacional para acabar com a impunidade aos \n agressores e ajudar as vítimas, especialmente mulheres e crianças, que \n continuam sendo particularmente vulneráveis #8203;#8203;a esse comércio cruel de \n vidas humanas.\n A maioria das pessoas traficadas são mulheres e crianças vulneráveis que foram levadas enganosamente a uma vida de sofrimento. Elas são \n exploradas sexualmente e forçadas a trabalhar em condições análogas à \n escravidão, disse o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, em seu \n discurso para marcar essa data, celebrada mundialmente na quarta-feira \n (30).\n A \n Organização Mundial do Trabalho (OIT) alertou que 21 milhões de homens, \n mulheres e crianças sofrem atualmente alguma forma de coerção ao \n trabalho forçado, gerando uma receita de 150 bilhões de dólares ao ano.\n Maioria mulheres e crianças\n De acordo \n com o Escritório da ONU para Drogas e Crime (UNODC), a grande maioria \n das pessoas traficadassão mulheres, representando entre 55 e 60% das \n vítimas.\n No \n entanto, dados recentes mostram que cada vez mais as crianças, \n especialmente as meninas com idade inferior a 18 anos, estão sendo \n traficadas.\n Os fins do\n tráfico de pessoas variam de trabalho forçado no campo, fábricas e \n bordéis a diversas formas de exploração sexual, casamento forçado, \n remoção de órgãos e outras práticas contemporâneas semelhantes à \n escravidão.\n Como \n medidas para erradicar esse prática insensível, Ban sublinhou a \n necessidade de ir mais além do corte às linhas de financiamento e \n apreensão dos bens dos traficantes.\n A \n aplicação da lei, a cooperação transfronteiriça e o intercâmbio de \n informação poder ser eficazes, mas para terminar o tráfico humano também\n é necessário atacar as causas, disse o chefe da ONU, ressaltando que \n medidas de desenvolvimento que lidem com a pobreza extrema, a \n desigualdade e a falta de oportunidades e educação diminuem as \n vulnerabilidades que os traficantes exploram em suas vítimas.\n Ban \n Ki-moon pediu aos países que ainda não o fizeram, para ratificar e \n implementar integralmente aConvenção das Nações Unidas contra o Crime \n Organizado Transnacional e seu Protocolo sobre o Tráfico de Pessoas, \n enfatizando a necessidade de apoiar o Fundo Fiduciário Voluntário para \n as Vítimas de Tráfico de Pessoas, criado pela Assembleia Geral da ONU em\n 2010, em linha com o Plano Global de Ação para combater o tráfico.\n Responsabilidade dos governos\n Por sua \n parte, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, \n destacou a necessidade de expor os traficantes, salvaguardar as \n crianças#8203;#8203;, mulheres e homens vulneráveis e proteger as vítimas \n pessoas que foram forçadas à servidão e muitas vezes expostas a abusos.\n Podem ser jovens mulheres que foram escravizadas como prostitutas ou abusadas como trabalhadoras domésticos sem salário.\n Meninas e \n meninos que foram forçadas a mendigar e roubar na rua, ou explorados em \n trabalhados perigosos e árduos. Homens que foram presos em estado de \n servidão perpétua, em condições que nenhum ser humano deveria ter de \n enfrentar, disse ela.\n A chefe de\n direitos humanos da ONU destacou que todos os governos têm a \n responsabilidade de combater o tráfico de pessoas, explicando que nos \n países fornecedores, as vítimas frequentemente se tornam vulneráveis por\n conta da discriminação baseada na origem étnica ou de gênero.\n Por outro \n lado, nos países de acolhimento, o tráfico é alimentado pela demanda por\n bens e serviços derivados da exploração, como a prostituição ou \n produtos baratos feitos por pessoas que não recebem um salário digno.\n Nós \n devemos a essas pessoas respeito, cuidado e reparação na medida em que\n seja possível recuperar-se de tais experiências e ser compensado por \n esses erros, disse Pillay.