Mundo
01/05/2012 10:33:47
Associação de anões das Filipinas quer próprio povoado em Manila
Uma associação de anões filipinos planeja formar um novo povoado nos arredores de Manila para fugir da discriminação e assegurar melhores condições de vida para as futuras gerações com a ajuda do turismo.
Terra/PCS
\n \n Uma\n associação de anões filipinos planeja formar um novo povoado nos arredores de\n Manila para fugir da discriminação e assegurar melhores condições de vida para\n as futuras gerações com a ajuda do turismo. \n \n "O\n objetivo é vivermos todos juntos. Se tivermos um povoado para nós, poderemos\n nos livrar da discriminação que sofremos. Sonho com isso há muito tempo",\n afirma Perry Berry, presidente da Associação de Pessoas Pequenas das Filipinas,\n formada por 46 famílias. \n \n "Estamos\n pensando em desenhar casas em forma de cogumelo. E tudo o que tiver dentro será\n de acordo com nosso tamanho: as cadeiras, as mesas e os armários. Também\n devemos construir uma capela, um mercadinho e um restaurante... Queremos atrair\n turistas", explica Berry. \n \n Este\n filipino, de 55 anos e 109 cm\n de estatura, resolveu apostar nessa ideia ao refletir sobre o futuro dos anões,\n já que muitos não recebem educação e nem oportunidades de se integrar na\n sociedade. \n \n "Muitos\n não querem sair à rua porque sentem vergonha de sua aparência. Mas, se\n estivermos todos juntos, as coisas ficarão mais fáceis e ninguém terá\n vergonha", afirma. \n \n Recentemente,\n um empresário local ofereceu o uso de um terreno nos arredores de Manila para\n construir o desejado povoado, mas divergências legais sobre a titularidade do\n espaço acabaram cancelando a operação e frustrando os anões. \n \n "Queremos\n esse terreno porque tenho medo do que poderá ocorrer com as futuras gerações\n quando eu não estiver mais aqui. Temos que estar protegidos", ressalta o\n cidadão filipino. \n \n O\n núcleo dessa nova comunidade seria constituído por 46 famílias da associação,\n que, por sua vez, acredita que mais pessoas devem procurar o projeto. "Não\n temos estatísticas sobre o número de anões nas Filipinas, mas acho que há\n muitos por todo o país. Acredito que entre 200 e 300 famílias poderão viver\n nessa comunidade", explica Berry. \n \n Berry\n fundou a associação em 1989 para formar um ponto de encontro para as pessoas de\n seu tamanho nas Filipinas, onde, segundo o mesmo, não recebem nenhum tipo de\n ajuda por parte do governo. \n \n "Nos\n reunimos a cada dois meses, mas pensamos em aumentar o número de reuniões para\n avançar com nossos sonhos. Temos que pensar em nosso plano para tornar essa\n comunidade em algo real", afirma o ativista, que completou:\n "Solicitamos um apoio financeiro ao Governo, mas ainda não tivemos uma\n resposta satisfatória, nem das empresas e das pessoas particulares". \n \n Por\n trás da ideia de criar uma comunidade de anões, o projeto também espera\n contornar a discriminação que essas pessoas sofrem nas Filipinas, um país onde\n os serviços sociais para as pessoas com incapacidades quase não existem. \n \n "É\n muito difícil encontrar trabalho. Temos muitas limitações, não podemos carregar\n peso, nos movimentar bem e até mesmo pegar algum tipo de transporte",\n ressalta o presidente da associação. \n \n Segundo\n Berry, o mundo do espetáculo geralmente é a única saída para muitos deles, mas\n também denuncia que os abusos nestes casos são muitos frequentes. \n \n "Já\n atuei em filmes, festas privadas e, a princípio, eu até conseguia o desfrutar.\n Mas, me dei conta que nos tratavam muito mal em comparação com os demais\n atores. Às vezes, chegavam a faltar com o roteiro e nos humilhavam para fazer o\n povo rir. Não somos cachorros", advertiu Berry. \n \n O\n possível interesse turístico do povoado representa uma viável alternativa para\n fugir dos tais empregos humilhantes, tanto para os moradores atuais como para\n as gerações futuras. \n \n "Não\n é só para nós, mas, principalmente, para nossos filhos. Eles precisam de\n sustento e de um lugar para viver", ressalta o presidente, que, por sinal,\n é casado com uma mulher de estatura normal e pai de dois filhos anões, ambos\n sem nenhuma incapacidade. "Não é queremos nos isolar, mas queremos ser respeitados\n pela sociedade mesmo sendo pequenos", conclui. \n \n \n \n \n