O Globo/LD
Em fevereiro, a Saint Laurent divulgou na internet imagens de sua campanha de outono 2017 protagonizada pela pernambucana Fernanda Oliveira, sensação da última edição da São Paulo Fashion Week. As fotos agora tomaram as ruas de Paris, causando a fúria de ativistas, que acusam o anúncio de mostrar a modelo em poses degradantes. Segundo o jornal britânico "The Guardian", eles pedem que a publicidade seja banida.
De acordo com a ARPP, a autoridade francesa de publicidade, as reclamações vieram de pessoas que enxergaram a campanha como um "incitamento ao estupro".
"Não tenho certeza de que as clientes da Saint Laurent gostariam de estar associadas a essas imagens. Nós tínhamos algo assim, o pornô chique, há uma década, e aqui está de volta novamente, o que não é aceitável", disse Stéphane Martin, o diretor da ARPP.
Martin terá uma reunião com a marca na sexta-feira e então decidirá o que fazer. Conforme o "The Guardian" informou, a autoridade costuma barrar as "representações degradantes e humilhantes das pessoas".
O grupo francês feminista, Osez le féminisme!, também se pronunciou. "Como eles acham que vão vender qualquer coisa hoje para as mulheres com isso? Mas você tem que perguntar se isso não foi intencional, que isso tudo foi para criar um escândalo para que pudéssemos falar sobre eles", disse Raphaëlle Rémy-Leleu, porta-voz da organização.
A campanha de outono 2017 da maison também repercutiu nas redes. No Twitter, ela foi marcada com hashtags como objetivação e anorexia.
O jornal britânico informou que a Saint Laurent não estava disponível para comentar sobre o tema.
A brasileira que estrela a campanha fez sua estreia na última São Paulo Fashion Week e se destacou por ter uma cabeleira cheia de personalidade e ostenta uma faca tatuada entre os seios. A ideia era fazer o desenho, num tamanho maior, na coxa.