Mundo
09/01/2012 11:44:49
Começa contagem regressiva para colisão de sonda russa com a Terra
A Agência Espacial Russa, a Roscosmos, começou a contagem regressiva para a colisão com a Terra da estação interplanetária Fobos-Grunt, que não conseguiu atingir a órbita com destino a uma das luas de Marte.
EFE/PCS
\n \n A\n Agência Espacial Russa, a Roscosmos, começou a contagem regressiva para a\n colisão com a Terra da estação interplanetária Fobos-Grunt, que não conseguiu\n atingir a órbita com destino a uma das luas de Marte. "Segundo os dados\n que temos e os prognósticos dos especialistas, o prazo de queda da nave oscila\n entre 10 e 21 de janeiro, com o dia 15 como a data mais provável",\n informou a Roscosmos em comunicado.\n \n Quanto\n ao local da colisão da sonda, que ficou à deriva em torno da Terra desde o dia\n 8 de novembro, a Roscosmos é mais cautelosa e afirmou que isso não poderá ser\n previsto até 24 horas antes da entrada na atmosfera. Neste momento, o raio de\n queda da sonda - 51,4 graus de latitude norte e 51,4 graus de latitude sul -\n abrange de Londres ao extremo sul do continente americano.\n \n Os\n russos declararam que a nave, que deveria recolher amostras do solo de Marte e\n enviá-las à Terra em 2014, não representa nenhuma ameaça o planeta. A\n superfície da Terra será atingida apenas por cerca de 20 a 30 fragmentos da nave,\n com uma massa conjunta que não ultrapassará os 200 quilos. O resto da sonda\n será desintegrado ao entrar em contato com a atmosfera, da mesma forma que o\n combustível que leva a Fobos-Grunt, que será queimado a cerca de 100 km de altura.\n \n Quedas
\n Nos últimos meses, duas naves também se chocaram com a Terra: o satélite\n meteorológico americano UARS, que caiu em setembro no oceano Pacífico e o\n alemão Rosat, um mês depois, no Índico. O Centro Geral de Reconhecimento\n Espacial do Ministério da Defesa russo, que determinou com precisão a data e o\n local da queda do UARS e do Rosat, vigia os parâmetros da órbita da estação\n ininterruptamente.\n \n Imagens\n da queda da Fobos-Grunt foram captadas nesta semana pelo astrônomo francês\n Thierry Legault, na altura de Nice, no litoral mediterrâneo da França. A\n Fobos-Grunt pretendia ser a primeira nave espacial a pousar na superfície de\n Fobos, uma das duas luas do planeta vermelho, para estudar a matéria inicial do\n sistema solar.\n \n Para\n Igor Lisov, diretor da revista Cosmonautics News, "a estação foi\n projetada e construída com graves defeitos, do sistema de comando ao programa\n de abastecimento". O programa de lançamentos russo está em plena crise\n após vários acidentes - o primeiro ocorreu em agosto do ano passado em mais de\n 30 anos de funcionamento por um dos cargueiros Progress, que abastecem a\n plataforma orbital.\n \n Lisov\n explicou que entre a desintegração da União Soviética, em 1991, e 2007 o\n programa espacial russo "teve um financiamento estatal abaixo do mínimo de\n subsistência" e que o recente aumento do investimento não será notado na\n qualidade do trabalho em menos de cinco anos. "O envelhecimento dos\n especialistas, o estado obsoleto dos equipamentos, a paralisação da produção de\n alguns componentes e materiais e a interrupção do trabalho em certos campos da\n cosmonáutica" também se somam a essa situação, acrescentou.\n \n Devido\n aos baixos salários, a grande maioria dos especialistas da indústria espacial\n russa tem mais de 60 anos ou menos de 30, o que põe em risco o futuro do setor.\n "Só conservamos o programa de naves pilotadas, os satélites de\n comunicações e o sistema de navegação Glonass", disse Lisov, que\n considerou que a respeitada herança da escola soviética, "em grande\n medida, já se perdeu".\n \n Lisov\n acredita que a Rússia, a primeira potência a enviar um homem ao espaço (Yuri\n Gagarin, em 1961), conseguirá manter a paridade com a China, mas deverá\n renunciar ao desejo de competir em pé de igualdade com os Estados Unidos.
\n Nos últimos meses, duas naves também se chocaram com a Terra: o satélite\n meteorológico americano UARS, que caiu em setembro no oceano Pacífico e o\n alemão Rosat, um mês depois, no Índico. O Centro Geral de Reconhecimento\n Espacial do Ministério da Defesa russo, que determinou com precisão a data e o\n local da queda do UARS e do Rosat, vigia os parâmetros da órbita da estação\n ininterruptamente.\n \n Imagens\n da queda da Fobos-Grunt foram captadas nesta semana pelo astrônomo francês\n Thierry Legault, na altura de Nice, no litoral mediterrâneo da França. A\n Fobos-Grunt pretendia ser a primeira nave espacial a pousar na superfície de\n Fobos, uma das duas luas do planeta vermelho, para estudar a matéria inicial do\n sistema solar.\n \n Para\n Igor Lisov, diretor da revista Cosmonautics News, "a estação foi\n projetada e construída com graves defeitos, do sistema de comando ao programa\n de abastecimento". O programa de lançamentos russo está em plena crise\n após vários acidentes - o primeiro ocorreu em agosto do ano passado em mais de\n 30 anos de funcionamento por um dos cargueiros Progress, que abastecem a\n plataforma orbital.\n \n Lisov\n explicou que entre a desintegração da União Soviética, em 1991, e 2007 o\n programa espacial russo "teve um financiamento estatal abaixo do mínimo de\n subsistência" e que o recente aumento do investimento não será notado na\n qualidade do trabalho em menos de cinco anos. "O envelhecimento dos\n especialistas, o estado obsoleto dos equipamentos, a paralisação da produção de\n alguns componentes e materiais e a interrupção do trabalho em certos campos da\n cosmonáutica" também se somam a essa situação, acrescentou.\n \n Devido\n aos baixos salários, a grande maioria dos especialistas da indústria espacial\n russa tem mais de 60 anos ou menos de 30, o que põe em risco o futuro do setor.\n "Só conservamos o programa de naves pilotadas, os satélites de\n comunicações e o sistema de navegação Glonass", disse Lisov, que\n considerou que a respeitada herança da escola soviética, "em grande\n medida, já se perdeu".\n \n Lisov\n acredita que a Rússia, a primeira potência a enviar um homem ao espaço (Yuri\n Gagarin, em 1961), conseguirá manter a paridade com a China, mas deverá\n renunciar ao desejo de competir em pé de igualdade com os Estados Unidos.