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Mundo
17/10/2017 14:16:00
Coreia do Norte diz que guerra nuclear pode começar a qualquer momento

O Globo/LD

O vice-embaixador norte-coreano na ONU disse que a situação na Península Coreana atingiu a um ponto de tudo ou nada, em que uma guerra nuclear pode surgir em qualquer momento. Kim In Ryong disse na comissão de desarmamento da Assembleia Geral das Nações Unidas na segunda-feira que nenhum país no mundo, exceto a Coreia do Norte, foi foi submetido a uma ameaça nuclear tão extrema e direta dos EUA, e que seu país tem direito à autodefesa. O diplomata também alertou aos países a não se juntarem aos Estados Unidos em ações militares contra o Estado asiático, para estarem a salvo de retaliações.

— A situação na Península Coreana, onde a atenção do mundo todo está concentrada, chegou ao ponto do tudo ou nada, e uma guerra nuclear pode irromper a qualquer momento — disse o vice-embaixador da Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas (ONU), Kim In Ryong, a um comitê da Assembleia Geral da entidade na segunda-feira. — O território inteiro dos EUA está dentro de alcance de disparo e caso os EUA ameacem invadir até mesmo um centímetro de nosso território sagrado, não irão escapar de nossa severa punição em qualquer parte do globo.

O alerta estava contido em uma cópia do discurso preparado do vice-embaixador da Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas, Kim In Ryong, para uma discussão sobre armas nucleares em um comitê da Assembleia Geral da ONU. Kim, no entanto, não leu a parte em que alerta os países a não se juntarem aos EUA em voz alta.

“Contanto que não participe das ações militares dos EUA contra a Coreia do Norte, nós não possuímos intenção de usar ou ameaçar usar armas nucleares contra qualquer outro país”, de acordo com discurso preparado de Kim.

O vice-embaixador norte-coreano da ONU disse ao comitê da Assembleia Geral da ONU nesta segunda-feira:

— A não ser que a política hostil e a ameaça nuclear dos EUA sejam completamente erradicadas, nós nunca iremos colocar nossas armas nucleares e foguetes balísticos na mesa de negociação sob qualquer circunstância.

POSSIBILIDADE DE CONVERSAS

Os Estados Unidos não descartam a possibilidade eventual de conversas diretas com a Coreia do Norte, disse o vice-secretário de Estado norte-americano, John J. Sullivan, nesta terça-feira, horas após Pyongyang anunciar que uma guerra nuclear pode irromper a qualquer momento. Um diálogo entre os dois adversários vem sendo estimulado especialmente pela China, mas Washington e seu aliado Japão relutam em se sentar à mesa de negociação enquanto Pyongyang continuar em busca do objetivo de desenvolver um míssil com uma ogiva nuclear capaz de atingir o território continental norte-americano.

— Eventualmente, não descartamos, claro, a possibilidade de conversas diretas — disse Sullivan em Tóquio antes de se reunir com seu homólogo japonês. — Nosso foco está na diplomacia para resolver este problema apresentado pela RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país). Devemos, porém, com nossos aliados, Japão e Coreia do Sul e outros, estar preparados para o pior, caso a diplomacia fracasse.

As tensões cresceram entre os EUA e a Coreia do Norte após uma série de testes de armas de Pyongyang e uma sequência de declarações cada vez mais belicosas entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un. O Conselho de Segurança da ONU aumentou unanimamente as sanções sobre a Coreia do Norte por conta de seus programas nuclear e de mísseis desde 2006.

BRASIL ADERE A SANÇÕES

O presidente Michel Temer assinou, na noite desta segunda-feira, um decreto no qual afirma que cumprirá integralmente as determinações do Conselho de Segurança da ONU, que em agosto impôs sanções à Coreia do Norte. A determinação da Organização das Nações Unidas ocorreu depois que o país realizou dois testes de mísseis balísticos intercontinentais em julho deste ano.

O decreto assinado pelo governo afirma que a decisão do Conselho de Segurança "será executada e cumprida integralmente em seus termos". A resolução da ONU diz, entre outras coisas, que "a proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas, assim como de seus sistemas vetores, constitui ameaça à paz e à segurança internacionais".

As Nações Unidas adotaram sete séries de sanções à Coreia do Norte, progressivamente severas, principalmente um embargo de armas, bloqueio de ativos e proibição de importar carvão, desde que o regime norte-coreano executou seu primeiro teste nuclear, em 2006. As últimas medidas da ONU, em 5 de agosto de 2017, privaram o ditador Pyongyang de exportações de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo e pescados. Na época,a China, destino de 90% das exportações norte-coreanas, prometeu respeitar as demandas.