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O deputado estadual republicano Henry Rayhons conheceu Donna Lou Young quando ambos tinham mais de 70 anos e já eram viúvos. Casaram em uma grande festa, mas o que parecia uma história com final feliz acabou mal.
Nesta quarta-feira, Rayhons começa a ser julgado por estupro, acusado de ter feito sexo com sua mulher quando ela apresentava estágio avançado de Alzheimer. O julgamento é considerado simbólico por lançar luz sobre um tema pouco discutido: o sexo com pessoas sofrendo de demência.
Na visão da promotoria, um marido que faz sexo com a mulher em estágio avançado da doença está cometendo um grave abuso sexual. A mulher pode ter concordado 'formalmente' em fazer sexo, mas ela tinha capacidade para tomar esta decisão?
Relação De acordo com a agência de notícias Bloomberg, pessoas que conheciam o casal diziam que ele a tratava como um rainha. Mas, alguns anos após o casamento, Donna foi diagnosticada com Alzheimer.
Segundo a Bloomberg, ela tinha dores de cabeça e esquecimentos constantes, dirigia do lado errado da rua e, uma vez, colocou apenas uma meia na máquina de lavar, em vez de toda a roupa.
Mas a gota d'água foi quando ela saiu de casa apenas com uma camisola que deixava seus seios a mostra.
Suas filhas, sem a concordância do marido, decidiram levá-la para uma casa de repouso. Uma das filhas e os médicos chegaram à conclusão de que Donna não tinha mais capacidade de consentir em ter relações sexuais.
Apesar de ter sido comunicado dessa avaliação, o deputado foi visitá-la pouco depois no local e passou 30 minutos no quarto. A paciente que dividia o quarto com Donna teria dito que o viu fechar as cortinas que davam privacidade à cama e ouvido barulhos de sexo.
Quando a polícia interrogou Rayhons, ele admitiu que teve "contato sexual" com sua mulher, segundo a mídia americana. Donna morreu cerca de dois meses depois, logo após seu aniversário de 79 anos. Uma semana depois, Rayhons foi preso.
Ele desistiu da disputa por mais um mandato na Assembleia estadual de Iowa, onde é deputado pelo Partido Republicano desde 1997. Em comunicado, a família de Rayhons questionou a prisão.
"A localização de Donna não mudou o amor de papai por ela nem o amor dela por ele. Não mudou a relação de casamento deles. E, assim, ele continuou a ter contato com sua esposa na casa de repouso; quem não faria isso?", diz a nota.
"Acusar um marido de um crime por continuar sua relação com sua mulher em uma casa de repouso nos parece incrivelmente ilógico e antinatural; assim como incrivelmente nocivo."