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Milhões de crianças nas Filipinas retornaram às aulas presenciais nesta segunda-feira (22), que marca o início do ano letivo, pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19.
O país é um dos últimos do planeta a retomar as aulas presenciais em tempo integral, em meio a preocupações de que o fechamento prolongado das escolas agravou a crise educacional do país.
Crianças de máscara e uniforme formaram filas para a verificação da temperatura e limparam as mãos com álcool em gel na entrada Escola Pedro Guevara de Manila, que estava fechada desde março de 2020.
A escola adotou um sistema híbrido de aulas presenciais e virtuais para que os quase 6.000 alunos consigam fazer a transição de retorno para um sistema 100% presencial em novembro, prazo estabelecido pelo presidente Ferdinand Marcos Jr.
A aluna Sophia Macahilig, do sexto ano, afirmou que estava "emocionada" de reencontrar os colegas e professores após dois anos de aulas virtuais.
"Antes nos divertíamos e agora poderemos nos divertir de novo", disse Macahilig, de 11 anos, à AFP.
Porém, muitos alunos precisarão recuperar o atraso nos estudos.
Antes da pandemia, nove em cada 10 crianças filipinas "não liam um texto simples com compreensão" aos 10 anos, afirmaram o Banco Mundial e outros organismos em um relatório recente.
Apenas 10 países apresentam resultados piores, incluindo Afeganistão, Laos, Chade e Iêmen.
Com o fechamento as escolas, as Filipinas adotaram um sistema de ensino que combina aulas online, materiais impressos e aulas transmitidas pela televisão e redes sociais.
Mas com o retorno das aulas presenciais, também retornam os velhos problemas, com classes muito grandes, métodos de ensino defasados, pobreza e falta de infraestrutura básica.
O governo intensificou a vacinação contra a covid-19 e prometeu transporte gratuito aos alunos até o fim do ano letivo.
No sábado, o governo começou a distribuir ajuda em dinheiro aos estudantes e pais que enfrentam dificuldades para cobrir os gastos, o que gerou cenas caóticas.
Na cidade de Zamboanga, 29 pessoas ficaram feridas quando milhares tentaram forçar a passagem pelos portões de uma escola.