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Mundo
02/05/2013 09:00:00
Fome na Somália matou 133 mil crianças com menos de 5 anos
s informações são da Associated Press.

Agência Estado/AB

\n \n Uma decisão tomada por extremistas islâmicos de proibir a entrega\n de ajuda alimentar à população civil e uma "banalização da crise" que\n anestesiou os doadores internacionais fizeram do centro-sul da Somália o lugar\n mais perigoso do mundo para ser criança em 2011. \n \n O primeiro estudo profundo das mortes por fome na Somália em 2011,\n divulgado nesta quinta-feira, estima que 133 mil crianças com menos de cinco\n anos perderam a vida durante a crise. Em algumas comunidades, a taxa de\n mortalidade atingiu 20% da população infantil. O cálculo baseia-se em\n estimativa de que 6,5 milhões de pessoas viviam no centro-sul da Somália na\n época. \n \n No mesmo período, 65 mil crianças morreram em todos os países\n industrializados juntos, comparou Chris Hillbruner, conselheiro de segurança\n alimentar da Fewsnet, uma entidade patrocinada pelo governo dos Estados Unidos.\n \n \n "A escala de mortalidade infantil (na Somália) está realmente\n fora dos mapas", disse Hillbrunner em entrevista por telefone. \n \n A Fewsnet realizou o estudo em conjunto com a Unidade de Análise\n de Nutrição e Segurança Alimentar - Somália. \n \n "O mundo demorou demais em responder aos duros alertas de\n seca. A situação foi exacerbada pelo conflito na Somália. E essas pessoas\n pagaram com a vida. Essas mortes podiam e deviam ter sido evitadas",\n afirmou Senait Gebregziabher, diretor para a Somália da organização humanitária\n Oxfam. \n \n O novo estudo estima em aproximadamente 260 mil o número total de\n mortos por causa da fome na Somália. A Associated Press divulgou a informação\n em primeira mão no início da semana com base em fontes que tiveram acesso ao\n documento. \n \n Em março de 2011,\n a fome provocou a morte de mais de 13 mil pessoas na\n Somália, segundo o estudo. Em maio e junho, 30 mil pessoas morreram em cada\n mês, e pelo menos a metade delas era de crianças. Apesar disso, somente em\n julho daquele ano a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou formalmente\n que havia uma crise em andamento. \n \n Na opinião de Hillbruner, essa demora se deu em parte por causa de\n uma "banalização" da crise. \n \n "Acho que uma das questões mais importantes é que houve uma\n banalização da crise na região centro-sul da Somália. E acho que a comunidade\n internacional acostumou-se a nível de desnutrição e insegurança alimentar no\n sul da Somália que em outras partes do mundo seriam considerados\n inaceitáveis", declarou Hillbruner. \n \n Na época, milhares de somalis caminharam por dezenas ou centenas\n de quilômetros até chegarem a campos de refugiados no Quênia, na Etiópia e em Mogadiscio. Muitas\n crianças e muitos idosos, porém, não resistiram à jornada e morreram pelo\n caminho. As rotas utilizadas por essas pessoas ficaram conhecidas como\n "estradas da morte". As informações são da Associated Press.