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Mundo
14/03/2013 09:00:00
Maior telescópio do mundo é inaugurado em deserto no Chile
A natureza produziu um variedade enorme, originada num longo processo cósmico de desenvolvimento

DW Brasil/AB

\n \n São 66 antenas de alta\n tecnologia no meio do deserto – cada uma pesando mais de 100 toneladas. Um\n projeto de cerca de 1 bilhão de euros a 5 mil metros do nível do mar, onde a\n temperatura pode variar até 50 graus. Nesta quarta-feira (13/03), no deserto do\n Atacama, no Norte do Chile, entra em pleno funcionamento o Alma, maior\n telescópio do mundo. \n \n Maior projeto de astronomia\n fixado em solo, o Alma – sigla para Atacama Large Millimeter Array – permitirá\n observar comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos invisíveis a olho\n nu. Suas antenas são as mais avançadas já construídas. O telescópio é fruto do\n primeiro programa de astronomia verdadeiramente mundial, com orçamento dividido\n entre Europa, Estados Unidos e Japão. \n \n "É comparável à transição\n do olho nu para o primeiro telescópio", explica Wolfgang Wild, diretor da\n parte europeia do projeto, que busca desvendar a origem do universo. "A\n tarefa de ligar várias antenas representa um esforço enorme." Porém a\n ambição dos cientistas tampouco é pequena: descobrir o mistério da criação do\n cosmo. \n \n A natureza produziu um\n variedade enorme, originada num longo processo cósmico de desenvolvimento.\n Custa acreditar que essa variedade de paisagens e biosferas se baseie em pouco\n mais de uma centena de elementos químicos. \n \n Elementos leves, como o\n carbono, são criados no interior das estrelas, enquanto metais como ouro ou\n titânio, só se formam quando elas explodem. As estrelas então lançam sua crosta\n exterior no espaço e espalham os elementos que acabam de se formar. \n \n A partir desses invólucros\n detonados formam-se nuvens, que, por sua vez, voltam a formar novas estrelas.\n Assim se cria o ciclo cósmico de nascimento e extinção. Mas como ele começou?\n Com o Alma, os astrônomos pretendem mirar e investigar as primeiras estrelas\n que desencadearam esse ciclo, há mais de 13 bilhões de anos. \n \n No limite da tecnologia\n \n Para erguer o projeto, foi\n necessária toda precisão possível. O espelho do telescópio, de 12 metros de\n altura, não pode se deformar, mesmo sob temperaturas extremas. E as antenas têm\n todas que ter as mesmas características e altura. Só assim elas podem funcionar\n juntas como um único olho, o assim chamado interferômetro. \n \n A primeira antena foi instalada\n em 2009, no planalto de Chajnantor, perto da aldeia de São Pedro de Atacama,\n local escolhido pela altitude, amplitude, extrema ausência de umidade no ar e\n proximidade da linha do Equador – o que oferece um ângulo privilegiado para\n observar grande parte do universo. \n \n "O Almarepresenta uma\n verdadeira revolução. Poderemos fazer observações com uma resolução e uma\n sensibilidade bem melhores do que hoje e isso vai transformar completamente a\n nossa visão de uma parte do universo", destacou Massimo Tarengui, que\n integra o projeto.\n \n Astrofísicos de todo o mundo\n esperavam há anos que o telescópio finalmente entrasse em funcionamento. Parte\n das contribuições que ele trará ao mundo científico já está prevista, mas, segundo\n Wolfgang Wild, ainda haverá surpresas. "É um pouco como com Galileu. Ele\n certamente não esperava descobrir as luas de Júpiter, mas acabou se\n surpreendendo."\n \n \n \n \n