O Globo/LD
O presidente da Bolívia, Evo Morales, promulgou nesta quarta-feira uma controversa lei que amplia o cultivo legal de coca. A decisão divide os sindicatos de produtores de coca, sua principal base eleitoral, e a resistência da oposição. A nova norma reconhece um total de 22 hectáres de coca no território boliviano.
— Estamos aqui orgulhosos e honrados de promulgar a lei geral da coca — disse Morales.
Com isso, a Bolívia terá 14,3 mil hectares na região de Yungas e 7,7 mil na região de Chapare, no centro do país. A oposição diz que, segundo a União Europeia e a ONU, 90% da coca de Chapare vai ao narcotráfico, em crítica à medida do presidente.
Em contrapartida, Morales disse que o seu governo não está promovendo a cultura da cocaína, mas, sim, a tradição milenar da coca.
— Estamos celebrando o nascimento de uma nova lei, que dá vida à nostra folha de coca — disse o ministro do Desenvolvimento Agrícola, César Cocarico.
Um estudo do governo de 2013, financiado pela União Europeia, mostrou que a demanda legal de coca representava a produção de 14,7 mil hectares. A Bolívia é o terceiro maior produto mundial de coca e cocaína, segundo dados da ONU, ficando apenas de Colômbia e Peru.