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Para fortalecer a atuação das forças de segurança pública na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia, representantes de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná se reuniram nesta quinta-feira (26), em Campo Grande. Eles discutiram ações de combate ao crime organizado na fronteira, entre elas, a integração das informações de segurança pública entre os estados, através de um banco de dados unificado.
O encontro realizado na sede da Academia da Polícia Civil (Acadepol) teve a participação do secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, e dos secretários de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Wagner Mesquita e de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Elizandro Jarbas.
O secretário de segurança de Mato Grosso do Sul destacou que o objetivo é ter forças policiais organizadas e ações programadas e a prioridade é colocar em prática o banco de dados unificado. A previsão é que o sistema integrado esteja operando ainda no primeiro trimestre de 2017.
"O modelo utilizado até então não produziu resultado, precisamos sair da posição tática para posição proativa. Tem que ser uma polícia organizada, programada, especializada. Já vamos realizar reunião de trabalho com técnicos das áreas de inteligente e Tecnologia da Informação. O que falta é a solução técnica para integrar", ressaltou.
Rogers Elizandro Jarbas, representante da segurança pública de Mato Grosso, reforçou que os estados já trocam informações, mas é preciso ir além, segundo ele.
"Não podemos construir segurança pública sem interação. Passamos do patamar de integração, proximidade dos estados já existem, mas a interação viabiliza sistemas serem compartilhados. Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso compartilham da mesma realidade criminosa. Senão atacarmos de forma enérgica nas fronteiras não podemos", afirmou.
O secretário de segurança pública do Paraná, Wagner Mesquita, lembrou que as ações de inteligência e troca e informações são fundamentais para desarticular as organizações criminosas e também refletem no sistema prisional.
"Vai haver reflexo também no aspecto prisional. É comum presos em algum estado do sul coordenarem ações em um estado do norte, então, temos sim que compartilhar as informações e acompanhar a ação dessas organizações criminosas, para identificar quem são e isolar lideranças, dar apoio operacional. São vertentes operacionais e resultados imediatos no sistema prisional", ressaltou
Os três estados querem criar um subcomitê para compor o Plano Nacional de Segurança Pública e a reunião desta quinta-feira é uma forma de antecipar o que será discutido com os demais estados brasileiros.
Fronteiras em MS Mato Grosso do Sul tem sete cidades-gêmeas na fronteira com o Paraguai e com a Bolívia, segundo consta em portaria do Ministério da Integração Nacional. Segundo a publicação, são consideradas cidades-gêmeas as cortadas pela linha de fronteira seca ou fluvial, articulada ou não por obra de infraestrutura, que apresentem grande potencial de integração econômica e cultural, podendo ou não apresentar uma conurbação ou semiconurbação com uma localidade do país vizinho, assim como manifestações "condensadas" dos problemas característicos da fronteira, que aí adquirem maior densidade, com efeitos diretos sobre o desenvolvimento regional e a cidadania.
Na lista, estão: Bela Vista, que é vizinha de Bella Vista Norte (Paraguai); Coronel Sapucaia, que fica ao lado de Capitán Bado (Paraguai); Corumbá, que está ao lado de Puerto Quijarro (Bolívia); Mundo Novo, que tem Salto del Guairá (Paraguai) como vizinha; Paranhos, com Ypejhú (Paraguai) após a fronteira; Porto Murtinho, que é vizinha de Capitán Carmelo Peralta (Paraguai); Ponta Porã, que fica ao lado de Pedro Juan Caballero (Paraguai).