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Mundo
29/08/2012 09:00:00
Quando um presidente divulga notícias sobre sua empresa no Facebook
A RealNetworks anunciou as demissões em documentos encaminhados às autoridades regulatórias, mas o e-mail que Glaser reproduziu on-line ofereceu uma visão mais clara quanto ao impacto emocional dos cortes.

Folha/PCS

\n \n A\n RealNetworks, uma empresa pioneira da mídia on-line que está tentando reverter\n uma crise, informou aos seus funcionários na terça-feira que 14% deles, ou\n cerca de 160 pessoas, seriam demitidos ao longo dos próximos sete meses,\n começando com um primeiro lote de 80 demissões imediatas.
Mas em lugar de\n tentar manter segredo sobre o e-mail em que a decisão foi comunicada ao\n pessoal, Rob Glaser, fundador da companhia e seu presidente-executivo interino,\n postou a mensagem em sua página de Facebook. \n \n A\n RealNetworks anunciou as demissões em documentos encaminhados às autoridades\n regulatórias, mas o e-mail que Glaser reproduziu on-line ofereceu uma visão\n mais clara quanto ao impacto emocional dos cortes. \n \n "Quando\n voltei à Real depois de passar 2,5 anos afastado das operações cotidianas,\n imaginava que um dia como hoje fosse altamente provável", escreveu Glaser.\n Ele afirmou que sabia que a sensação seria desagradável para todos, "e de\n fato é". \n \n Glaser\n divulgou outro de seus e-mails aos funcionários da RealNetworks em julho, no\n qual os informava de que estava de volta à empresa como presidente-executivo\n interino, para ajudá-la a desenvolver uma nova estratégia. A RealNetworks, uma\n das primeiras companhias a oferecer software para veiculação de áudio e vídeo\n em formato stream via internet, nos anos 1990, vem enfrentando dificuldades nos\n últimos anos em segmentos como os videogames, os toques para celulares e o\n software. \n \n Em\n um breve e-mail de resposta a uma questão sobre seus posts no Facebook, Glaser\n disse que limitava seu uso à divulgação de mensagens importantes enviadas a\n toda a companhia. \n \n Glaser\n não é o único executivo a recorrer ao Facebook para divulgar notícias. Em\n julho, Reed Hastings, presidente-executivo da Netflix, postou em sua página uma\n mensagem de congratulação a Ted Sarandos, o executivo da companhia encarregado\n de negociar acordos de licenciamento com os estúdios de Hollywood,\n congratulando-o ter atingido um marco histórico no número de espectadores do\n serviço de filmes em formato stream operado pela companhia. \n \n "O\n número mensal de horas assistidas na Netflix superou o bilhão pela primeira vez\n na história em junho", escreveu Hastings. "Com a estreia de “House of\n Cards” e “Arrested Development”, deixaremos para trás esse recorde. Adiante,\n Ted, precisamos de ainda mais resultados seus!" \n \n O\n post de Hastings causou incômodo naquele momento devido a regras regulatórias\n que proíbem revelar seletivamente informações sensíveis a uma companhia. As\n ações da Netflix dispararam depois do post de Hastings no Facebook. \n \n Hastings\n pelo menos pôde argumentar que não limitou a notícia aos seus amigos de\n Facebook; a mensagem foi postada de modo público, para acesso de todos os\n membros da rede social. \n \n Tradução de Paulo Migliacci