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Se o avanço da epidemia do novo coronavírus não retroceder em Mato Grosso do Sul, ainda na primeira semana de abril, o Estado corre risco de ter mais de 30 mil casos confirmados da doença. Até ontem, quando saiu o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde) eram 16 confirmações, mas a tendência é que esse número dobre a cada dois dias.
“O que nos espera é muito pior. Mas se Deus quiser, não vamos viver o que estamos esperando”, diz a integrante do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES, Mariana Croda, que avalia o pico de casos no Estado entre dentro de duas a três semanas.
A situação prevista vai de encontro ao que afirmou o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, na última sexta-feira. Ele disse que a quantidade de casos deve aumentar exponencialmente entre abril e junho e começarem a cair a partir de julho. O sistema de saúde entraria em colapso, no entanto, já no mês que vem.
“A gente já trabalha como se a gente vivesse esse avanço exponencial, mas os casos dobram a cada dois dias e pensando que o período de encubação da doença é de pelo menos 14 dias, dentro de duas a três semanas teremos o ápice da epidemia”, explica Mariana, que é médica infectologista.
Mariana explica que os números atuais do Estado, assim como de todo Brasil, não correspondem exatamente à realidade. Isso porque a dinâmica de contagem dos casos foi modificada pelo Ministério da Saúde.
No começo da epidemia, todos os casos, inclusive suspeitos, eram testados. Mas com a falta de kits de exame e dos testes rápidos, a prioridade passou a ser os pacientes graves ou que vieram de outros países. “Antes, examinávamos todos que haviam tido contato ou vínculo com alguém diagnosticado, mas agora somente casos graves, de UTI ou internados passam pelo teste”, afirma.
E apesar de Mato Grosso do Sul, pelo menos até o momento, não ter apresentado casos de transmissão comunitária do vírus – que é quando não se sabe de quem ou como a pessoa pegou a doença – a declaração do governo federal, em portaria, de que o Brasil já está em estado desse tipo de proliferação, coloca Mato Grosso do Sul obrigado a adotar as mesmas medidas de contenção possíveis.
Para o Mato Grosso do Sul, o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende faz, mais uma vez, o apelo. “Fiquem em casa!”.
Ao Campo Grande News ele afirmou que “não pode perambular, o melhor tratamento hoje é ficar em casa, não há outro. Se você pensa em seus filhos, seus pais, em sua família, fique em casa!”, destaca.