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Os satélites Starlink parecem estar sofrendo com os caprichos do Sol. Um estudo recente revela uma ligação entre sua vida útil e a atividade solar.
A equipe de pesquisadores analisou os dados de reentrada dos satélites Starlink entre 2020 e 2024. Esse período corresponde a uma fase ascendente do ciclo solar, marcada por um aumento das tempestades geomagnéticas. Esses fenômenos solares influenciam diretamente a atmosfera terrestre, criando condições particulares para os satélites em órbita baixa.
Os resultados mostram que os satélites Starlink descem muito mais rapidamente em direção à atmosfera durante os picos de atividade solar.
O aumento do arrasto atmosférico devido ao aquecimento causado pelas tempestades geomagnéticas apresenta problemas inesperados para a gestão das constelações de satélites. Não apenas acelera o fim de sua vida útil, mas também aumenta os riscos de colisões entre satélites. Além disso, a descida imprevista pode complicar as manobras de reentrada controlada, com consequências potenciais no solo.
O incidente de 2024, em que um detrito da Starlink atingiu uma fazenda canadense, ilustra esses riscos. Esse evento coincidiu com um pico do ciclo solar, destacando a importância de antecipar melhor esses fenômenos. Com o aumento do número de satélites em órbita, uma vigilância reforçada torna-se primordial para prevenir colisões e evitar quedas de detritos.
O estudo, publicado no arXiv , abre perspectivas importantes para a gestão futura de satélites. Ele destaca a interação entre a atividade solar e a dinâmica orbital, um campo ainda amplamente a ser explorado para garantir a segurança espacial.
Como a atividade solar afeta os satélites?
A atividade solar, principalmente as tempestades geomagnéticas, aquece a atmosfera terrestre. Esse aquecimento aumenta a densidade da atmosfera em alta altitude, criando um arrasto maior sobre os satélites.
Esse arrasto adicional desacelera os satélites, fazendo-os descer para altitudes mais baixas. Com o tempo, essa descida pode acelerar sua reentrada na atmosfera, reduzindo assim sua vida operacional.
Os satélites em órbita baixa, como os da Starlink, são particularmente sensíveis a essas variações. Sua altitude relativamente baixa os expõe diretamente aos efeitos da expansão atmosférica causada pela atividade solar.
O que é o ciclo solar e por que dura 11 anos?
O ciclo solar é um período de aproximadamente 11 anos durante o qual a atividade magnética do Sol varia. Essa variação se manifesta por mudanças no número de manchas solares e na intensidade das erupções solares.
A duração do ciclo está ligada à dinâmica interna do Sol, onde os campos magnéticos se torcem e se reconfiguram. Esse processo, conhecido como dínamo solar, é responsável pelas variações cíclicas da atividade solar.
Os ciclos solares têm um impacto direto no ambiente espacial ao redor da Terra. Eles influenciam as condições do clima espacial, afetando satélites, comunicações de rádio e até redes elétricas no solo.
O estudo desses ciclos permite prever melhor os períodos de forte atividade solar, ajudando assim a proteger infraestruturas sensíveis às variações do ambiente espacial.