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A companhia anglo-holandesa Unilever, uma das maiores fabricantes de alimentos do mundo, recusou uma proposta de fusão feita pelo grupo de alimentos Kraft Heinz, por US$ 143 bilhões (cerca de R$ 444 bilhões, pela cotação do dia). Segundo a empresa, a oferta não tem "nenhum mérito financeiro ou estratégico" para seus acionistas.
Apesar da recusa por parte da gigante de alimentos, a Kraft ainda não desistiu de fechar o negócio. "Esperamos seguir trabalhando para chegar a um acordo", informou a Kraft Heinz.
A Unilever recebeu uma oferta de US$ 50 por ação, composta por US$ 30,23 em dinheiro e o restante em ações no novo grupo, representando um prêmio de 18%, de acordo com a Reuters.
Segundo a empresa, a proposta "subestima a Unilever" e não há base para mais negociações com a Kraf Heinz. "A Unilever rejeitou a proposta porque não vê nenhum mérito, financeiro ou estratégico, para os acionistas da Unilever."
Oferta de grupo brasileiro
A Kraft Heinz é controlada pelo grupo brasileiro 3G, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e pelo investidor norte-americano Warren Buffett. A empresa sugiu da união da Kraft Foods com a H.J. Heinz, em 2015, formando a quinta maior companhia de alimentos e bebidas do mundo e a 3ª maior da América do Norte.
A Unilever é dona de marcas nas áreas de alimentos, higiene e cuidados pessoais e limpeza, entre elas Dove, Knorr, maionese Hellmann\'s, sorvete Ben amp;amp; Jerry's, Maizena, Seda, Rexona e Omo. Já a Kraft é dona da marca de cream cheese Philadelphia e do ketchup Heinz.
A oferta repercutiu nos mercados financeiros europeus. As ações da Unilever chegaram a subir mais de 12% por volta de 13h desta sexta. Já as da Kraft Heinz subiam cerca de 8%.
Em comunicado, a Kraft informou que fez uma proposta "para criar uma empresa líder de bens de consumo com a missão de crescimento no longo prazo e de vida sustentável" e que "continuará trabalhando para chegar a um acordo sobre os termos da transação".
Tentativas de fusão
As tentativas de fusão na indústria alimentícia são um sintoma das dificuldades sentidas pelas grandes empresas do ramo. Companhias como a Kraf Heinz, formada da união de duas centenárias em 2015, tentam acelerar os lucros enquanto o crescimento das vendas desacelera.
No ano passado, a Mondelez, fabricante das marcas Oreo and Chips Ahoy, voltou atrás da tentativa de comprar a Hershey's.