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Provas da existência de vida alienígena em Marte podem já ter sido encontradas por cientistas da Nasa, mas eles falharam na interpretação do achado à época, segundo um estudo da Universidade do Arizona.
Em 2007, o veículo não-tripulado Spirit fotografou intrigantes formações rochosas semelhantes a dedos em uma área de 27 metros quadrados na cratera Gusev, próxima ao equador de Marte.
Os cientistas de Arizona decidiram, então, procurar características semelhantes na Terra, para determinar como ocorreria esta formação. Assim, encontraram estruturas quase idênticas em El Tatio, no Chile, que foram criadas por uma combinação de fontes termais e principalmente, micro-organismos.
A equipe escolheu estudar em El Tatio porque a área teria condições muito semelhantes às de Marte. Situado a 4,2 mil metros acima do nível do mar, muitas vezes apresenta temperaturas abaixo de zero durante a noite mesmo no verão. Durante a noite, enormes quantidades de luz ultravioleta do Sol chegam através do ar fino e seco.
As formações em Marte parecem ser semelhantes às estruturas na Terra conhecidas como estromatólitos, que são compostas quando os micro-organismos formam colônias em ambientes úmidos e prendem sedimentos em sua superfície pegajosa.
— Nós fomos para El Tatio procurando comparações com as estruturas encontradas na cratera de Marte — explica Steve Ruff, pesquisador da Universidade do Arizona, que publicou seu estudo na revista “Nature Communications”. —Mostramos que El Tatio produz depósitos de sílica com características que são mais semelhantes com as encontradas em Marte do que em qualquer outro lugar da Terra.
Ruff acrescenta:
— O fato de micro-organismos desempenharem um papel na produção das estruturas de sílica de El Tatio levanta a possibilidade de que as estruturas marcianas formaram-se em uma estrutura comparável: em outras palavras, com a ajuda de mecanismos que estavam vivos àquela época no Planeta Vermelho.