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Polícia
28/11/2012 09:00:00
“Fiquei assustado”, diz desembargador de MS “grampeado”
Foi com “espanto” que o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) Júlio Roberto Siqueira Cardoso recebeu a informação que, juntamente com outras autoridades, foi alvo de uma quadrilha que roubava dados sigilosos.

CGNews/HJ

\n \n Foi\n com “espanto” que o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul\n (TJ-MS) Júlio Roberto Siqueira Cardoso recebeu a informação que, juntamente com\n outras autoridades, foi alvo de uma quadrilha que roubava dados sigilosos.
“Fiquei assustado”, disse à reportagem o desembargador na manhã desta\n terça-feira. Operação iniciada pela Polícia Federal na segunda-feira apurou que\n entre as vítimas também apareceu os nomes do prefeito de São Paulo, Gilberto\n Kassab (PSD), e do senador Eduardo Braga (PMDB-AM).\n \n A\n “Operação Durkhein”, que mobilizou delegados e 400 agentes federais resultou\n até agora na prisão de 27 pessoas (de um total de 33 prisões temporárias) e no\n cumprimento de 87 mandados de buscas. Segundo informações da PF, agentes\n encontraram contas de Cardoso em poder da quadrilha e descobriu-se, também, que\n o sigilo telefônico dele foi quebrado.
O desembargador foi uma das 180 vítimas\n da quadrilha identificadas até agora, mas calcula-se que pode chegar a 10 mil o\n número de pessoas afetadas.\n \n Cardoso disse que tomou conhecimento por meio do\n noticiário. “A Rede Globo entrou em contato”, revelou sobre o caso.
Na noite de\n ontem, o Jornal Nacional exibiu reportagem sobre a operação e do número de\n pessoas atingidas até agora. Cardoso disse que ainda não foi notificado pela\n Polícia Federal que teve informações sigilosas interceptadas pela quadrilha,\n que as vendiam para empresários e escritórios de advocacia.\n \n “Estou\n aguardando esclarecimentos. Não tenho a mínima ideia do que eles poderiam fazer\n com as informações e o que pretendiam. Não sei quem pediu, nem para o que foi”,\n afirmou, destacando que o TJ-MS já está adotando medidas em relação ao\n caso.Também foram vítimas o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo\n Gabas e o desembargador Luiz Fernando Salles Rossi, do TJ Paulista, que também\n teve o sigilo violado.\n \n Natural de Mogi das Cruzes (SP), o desembargador Júlio Roberto tem 63\n anos, é formado em Direito e Administração de Empresas e iniciou a carreira na\n magistratura em 1984 no cargo de juiz substituto na Comarca de Dourados. Em\n abril de 1995 foi promovido à entrância especial nomeado para a 1ª Vara do\n Tribunal do Júri.
Em seu currículo consta ainda a atuação como juiz titular nas\n comarcas de Aparecida do Taboado e Paranaíba, juiz eleitoral, delegado do\n Instituto dos Magistrados Brasileiros para Mato Grosso do Sul, de 1986 a 1992, e professor de\n direito em várias faculdades. Em abril de 2009 foi promovido, por merecimento,\n ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.\n \n Espionagem - O vice-prefeito eleito da cidade de Nazaré Paulista (SP), Itamar\n Ferreira Damião (PSC), 54 anos, foi apontado pela PF como o líder da quadrilha.\n Itamar, conhecido como Pequeno, é um dos presos. Segundo a PF ele está na\n atividade de espionagem há um bom tempo. Ele é suspeito de usar para obter\n informações sigilosas de forma ilegal policiais civis, militares e federais,\n empregados de empresas de telefonia e também funcionários públicos, além de um\n gerente de banco, O advogado de Itamar disse que o seu cliente não é chefe de\n nenhuma organização criminosa e que ainda não conseguiu fazer uma análise\n completa das acusações.\n \n A investigação durou quase dois anos. A PF afirma que os criminosos se\n apresentavam como detetives particulares e agiam em São Paulo, Rio de\n Janeiro, Pernambuco, Pará, Goiás e no Distrito Federal. A PF afirma que um\n extrato bancário vendido pela quadrilha custava R$ 30, enquanto o valor de uma\n escuta telefônica clandestina podia chegar a R$ 7 mil.\n \n \n \n \n