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Polícia
22/11/2012 10:11:12
Índios ocupam Assembleia em MS e reivindicam demarcação de terras
“Somos 5 mil índios confinados em uma área de 2,9 mil hectares. Queremos a demarcação das terras”, afirmou o representante dos índios Alberto França, de 46 anos, durante o seu discurso.

G1/HJ

Foto: Tatiane Queiroz
\n Índios da etnia terena ocuparam o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, durante a sessão realizada na manhã desta quarta-feira (21), para pedir a aceleração do processo de demarcação da Terra Indígena Buriti, localizada entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. “Somos 5 mil índios confinados em uma área de 2,9 mil hectares. Queremos a demarcação das terras”, afirmou o representante dos índios Alberto França, de 46 anos, durante o seu discurso. Cerca de 50 índios, de nove aldeias da região, estiveram presentes na sessão. Eles ocupam parte de duas propriedades rurais e reivindicam cerca de 17 mil hectares. Na ocasião, o representante negou as acusações feitas por outros dois índios, que ocuparam o plenário da Assembleia Legislativa na última semana e afirmaram que os índios da etnia terena estavam adquirindo armas de fogo e preparando planos para a ocupação de novas fazendas. “Eles não representam as nossas comunidades e nem o nosso povo. Eles disseram coisas que são mentiras com o objetivo de prejudicar a nossa luta sagrada pela mãe terra”, afirmou França. Terra Indígena
A Terra Indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área, localizada entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, foi delimitada em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) e abrange 17.200 hectares. Durante nove anos, as comunidades indígenas aguardaram a expedição da portaria declaratória. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspenderam o curso do procedimento demarcatório. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), em julgamento colegiado realizado em 2006 e com base nas perícias judiciais, deu provimento aos recursos do Ministério Público Federal (MPF) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para, reformando a sentença proferida em 1ª instância, declarar a terra como de ocupação tradicional indígena. \n \n