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Seja por aplicativos de mensagens, links falsos ou até mesmo ligações telefônicas, o crime de estelionato eletrônico tem crescido cada vez mais no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, no ano de 2023, foram registrados 5.414 casos, conforme os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, o que equivale a cerca de 15 casos por dia ou um a cada 1 hora e 37 minutos.
Ao g1, o especialista em Direito Civil e professor da UniCesumar, Felipe de Melo, explica o motivo de, apesar do crime crescer a cada ano, poucas vítimas procurarem a polícia.
“Muitas vítimas de golpes financeiros não denunciam o crime por vergonha ou medo de serem julgadas por sua vulnerabilidade. Existe um estigma associado a ser enganado, e as vítimas muitas vezes se culpam por não terem sido mais cautelosas. Além disso, algumas pessoas acreditam que o esforço para denunciar o crime será em vão, pois acham que as chances de recuperação do dinheiro são mínimas ou que o sistema judicial será lento ou ineficaz”, pontua.
O professor explica ainda que, apesar do impacto financeiro, o golpe também causa traumas sociais e psicológicos nas vítimas. "Outro aspecto preocupante é que, na tentativa de recuperar as perdas, muitas vítimas acabam se endividando, tornando mais grave a situação e perpetuando o ciclo de vulnerabilidade financeira”.
Modus Operandi
Manipulação é a principal ferramenta do golpista nos casos de estelionato eletrônico. Através de ligações falsas, se passando por representantes de bancos, ou até mesmo fingindo ser conhecidos, eles conseguem convencer a vítima a liberar informações sensíveis, como senhas, dados bancários e códigos de verificação.
"Na prática, esses golpes financeiros geralmente envolvem a engenharia social. Em aplicativos de mensagens, os criminosos podem se passar por conhecidos ou por instituições confiáveis, enviando links falsos ou solicitando transferências de dinheiro. Nas ligações telefônicas, pedem que a vítima realize procedimentos urgentes ou confirmem dados pessoais, usando a urgência e o medo como ferramentas de persuasão", explica o especialista.
Dicas para se proteger
"A melhor defesa contra os golpes financeiros é a informação e a prudência", afirma o professor. Confira abaixo uma lista de dicas para evitar cair em golpes eletrônicos:
Evite compartilhar dados pessoais ou bancários por telefones ou mensagens; Desconfie de pedidos urgentes;
Verifique diretamente com a instituição envolvida através de canais oficiais;
Procure usar autenticação em duas etapas;
Monitore regularmente os extratos bancários, principalmente se realizar compras e transferências online;
Cuidado ao clicar em links.
"Em caso de desconfiança, recomendo procurar algum advogado ou pessoa de confiança para auxiliar no caso”, finaliza Felipe de Melo.