\n \n Algo muito mais rentável do que contratar um segurança noturno,\n com registro e benefícios previstos na Lei Trabalhista, é colocar um cão de\n guarda em um comércio, uma construção em andamento ou até mesmo no quintal de\n casa. Porém, nesta troca há um grande problema quando o responsável pelo animal\n o deixa abandonado, sem alimento, água e abrigo. \n \n “Nesses dias de muito frio verificamos um aumento de denúncias, em\n que as pessoas deixam o animal desprotegido. Somente na quinta-feira (28),\n diligenciamos três ordens de serviços aos investigadores, em que o animal\n cuidava de um terreno baldio sem condição alguma. Outro em uma borracharia e\n até mesmo em uma casa para alugar, sendo que ele gritava o dia inteiro de sede,\n fome e por isso os vizinhos denunciaram o crime”, conta a delegada Suzimar\n Batistela. \n \n Titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes\n Ambientais e Atendimento ao Turista), Batistela conta que já atendeu inúmeras\n denúncias de maus-tratos desde o início do ano, das quais 25 se transformaram\n em boletins de ocorrência, com 15 inquéritos policiais concluídos e os\n responsáveis penalizados. \n \n Em entrevista exclusiva ao Midiamax, a delegada permitiu que a\n equipe de reportagem acompanhasse o trabalho de policiais que verificavam umas\n das denúncias. Os investigadores compareceram a Clínica Veterinária Bourgelat,\n na avenida Mato Grosso, onde está sendo tratada a cadela adulta “Xuxinha”. \n \n Há meses, a voluntária do Abrigo dos Bichos Patrícia Cabral disse\n que o dono a deixou abandonada, alegando não ter condições financeiras de\n manter o cachorro. \n \n “E este é só mais um dos casos tristes que descobrimos todos os\n dias. Hoje mesmo fiquei sabendo de um canil no bairro Guanandi que usa um\n equipamento de choque para os bichos ficarem quietos”, lamenta a voluntária. \n \n O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil, que coleta\n informações para fazer um boletim de ocorrência e possivelmente indiciar o\n proprietário por maus-tratos, de acordo com a Lei n° 9605/98, referente aos\n Crimes Ambientais. \n \n Estado grave \n \n “Quando chegou aqui, tivemos de ter muito cuidado com a “Xuxinha”,\n já que ela tinha e ainda tem muito medo de quem se aproxima dela. Fizemos a\n remoção de larvas de mosquito que estavam ao redor do seu olho direito e a\n deixaram cega, inúmeros curativos, iniciamos a quimioterapia por conta de um\n tumor venéreo transmissível e a suspeita de Leishmaniose, além da alta\n infestação por carrapatos, pulgas e a debilidade ao se movimentar”, conta o\n veterinário Flávio Óliver. \n \n O veterinário conta que a cadelinha, antes peludinha e agora\n querida na clínica, ficará no local até ter condições de se movimentar e depois\n será levada a um abrigo ou entregue ao dono, se o crime não for comprovado. \n \n \n \n \n